SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Mariam Orra, uma das brasileiras repatriadas em voo da FAB na manhã desta terça-feira (8), afirmou que a sensação de pisar no país natal é de segurança.
Apesar de morar em uma cidade “tranquila”, Mariam escolheu voltar ao Brasil por medo de escalada na violência na região. Ela vive há nove anos em Sultan Yacoub, região com grande comunidade brasileira no Líbano.
Brasileira conta que sente que Israel pode fazer com o Líbano o que fez com a população palestina, que hoje soma 41 mil mortos por bombardeios. Ela também disse que temeu pelo filho, que estudava em Beirute, uma das áreas mais afetadas pelos ataques israelenses.
“A sensação que a gente tem é de que eles possam fazer com a gente no Líbano o que fizeram em Gaza. A pergunta é a seguinte: quem é que vai parar Israel, já que não pararam na Palestina?”, disse Mariam Orra, brasileira repatriada de Gaza, a jornalistas na Base Aérea de São Paulo.
Brasileira foi uma das 227 pessoas repatriadas em aeronave da FAB nesta manhã. O voo, que pousou pouco antes das 7h, trouxe 49 crianças e fez escala em Lisboa antes de chegar ao Brasil.
CERCA DE 500 DEVEM SER REPATRIADOS POR SEMANA
FAB prevê o resgate de 500 brasileiros por semana. Os pedidos de ajuda foram feitos por cerca de 3.000 brasileiros que moram no Líbano devido à escalada de ataques na região. O país tem a maior comunidade de brasileiros no Oriente Médio, com 21 mil residentes.
Até esta terça-feira (8), 455 pessoas foram repatriadas. No primeiro voo da Operação Raízes do Cedro, 228 brasileiros foram trazidos.
Resgates iniciais vão priorizar brasileiros que não são residentes do Líbano. “Com base nisso e com a disponibilidade de lugares nos aviões, estamos trabalhando e organizando as listas”, declarou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Operação será semelhante à que resgatou brasileiros da Faixa de Gaza. “Estamos repetindo o que foi feito de outubro a início desse ano com relação aos brasileiros que estavam na Palestina e em Israel. Foi uma operação bem sucedida”, recordou.
Redação / Folhapress