Servidores do IBGE anunciam paralisação e ato contra medidas de Pochmann no Rio

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Servidores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que atuam na avenida Chile, no centro do Rio de Janeiro, aprovaram uma paralisação das atividades durante a próxima terça-feira (15), segundo informações divulgadas pela Assibge, a entidade sindical que representa os trabalhadores do órgão.

A medida, deliberada em assembleia na quinta (10), representa mais um desdobramento da crise interna que explodiu no instituto.

Tanto técnicos quanto lideranças sindicais reclamam de medidas recentes da gestão do presidente do IBGE, Marcio Pochmann. Eles cobram mais diálogo com o economista, que já rebateu as críticas recentes.

Pochmann foi indicado ao cargo no ano passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Além da paralisação, um novo protesto também foi agendado para a próxima terça. O ato, segundo a Assibge, deve ocorrer em frente ao complexo da avenida Chile.

O endereço abriga estruturas relevantes do IBGE, o que inclui as diretorias de Pesquisas, Geociências e de Tecnologia da Informação. Conforme a Assibge, em torno de 700 servidores estão vinculados à unidade da avenida Chile.

Uma das medidas da gestão Pochmann que causaram irritação foi o projeto de mudança dos trabalhadores que atuam no local para um prédio do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) no Horto, zona sul do Rio.

O endereço no Horto é considerado de difícil acesso via transporte público.

Outro ponto que gerou preocupação entre funcionários, lideranças sindicais e ex-servidores do IBGE foi a criação de uma fundação pública de direito privado, a IBGE+.

A Assibge afirma que a ideia foi colocada em prática sem diálogo com os trabalhadores da casa. Há quem considere a nova organização uma espécie de “IBGE paralelo”.

O estatuto da fundação prevê, por exemplo, a possibilidade de parcerias com órgãos públicos ou privados para a realização de pesquisas.

“O que realmente assustou os ibgeanos foi a criação dessa fundação IBGE+, sem nenhuma avaliação do que ela significa, dos riscos que ela significa ou mesmo do potencial que ela significa. Assim, do nada, agora já existe essa fundação”, afirmou em setembro à Folha Wasmália Bivar, que foi presidente do IBGE de 2011 a 2016.

Na quinta, a Assibge disse que a fundação “coloca em risco políticas públicas”. A entidade sindical já sinalizou que pretende acionar a Justiça para suspender a criação.

“Vamos judicializar e pedir a suspensão da fundação”, declarou na terça (8) Antonio Carlos da Matta Peixoto Vieira, diretor da executiva nacional da associação.

“Já tem pessoas sendo indicadas, tanto para conselho curador e para vários cargos dentro da fundação. O sentimento é que isso vai acabar virando cabide de emprego. O IBGE não merece isso, e a gente não quer isso”, acrescentou na ocasião.

A gestão Pochmann rebateu as críticas de servidores em comunicados recentes. Chegou a chamar de “infundadas” as acusações de comportamento autoritário.

“A Fundação IBGE+ permitirá o recebimento de recursos para atender a pesquisas ou projetos desenvolvidos com ministérios, bancos públicos e autarquias, antes impossível devido a dependência de ‘orçamento'”, afirmou a presidência.

LEONARDO VIECELI / Folhapress

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