Shell tenta melhorar imagem com os Z, inflação na Argentina e o que importa no mercado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Shell tenta melhorar imagem com os Z, inflação na Argentina e o que importa no mercado.

*SHELL QUER SER COOL ENTRE OS Z*

A multinacional de petróleo Shell tem se esforçado para ficar bem na fita com a geração Z, faixa que engloba os nascidos após 1996.

Para isso, ela contrata funcionários para promover jogos online, patrocina influenciadores para que usem carros com o logo da empresa em pistas virtuais e apoia atletas para inspirar “a próxima geração” no Instagram.

As iniciativas envolvem milhões em propaganda em plataformas mais acessadas pelos jovens, como o TikTok e a Twitch, usada para streaming de games.

Por que importa: os jovens são mais propensos do que qualquer outro grupo a dizer que a mudança climática é uma emergência, de acordo com um estudo da ONU de 2021.

Nos EUA, 66% dos integrantes da geração Z se opõem à perfuração de petróleo e gás offshore —mais do que qualquer outro grupo.

Como uma empresa que tem suas maiores receitas a partir dos combustíveis fósseis, a Shell tenta, com os patrocínios e influenciadores, diminuir resistência à sua imagem entre aqueles que ditarão as regras no mercado de consumo nos próximos anos.

A petroleira afirmou que suas campanhas globais de publicidade e marketing “utilizam uma variedade de canais e iniciativas para explicar o que a Shell está fazendo em todo o mundo tanto em combustíveis tradicionais quanto em tecnologias renováveis, à medida que a transição energética avança”.

Sim, mas… O movimento da Shell vai na contramão das ações dos executivos da indústria de petróleo.

As duas últimas grandes aquisições do setor nos EUA mostram que há confiança das empresas pela demanda pela commodity e combustíveis fósseis nos próximos anos, mesmo com as pressões de organizações e governos para a transição energética.

*INFLAÇÃO ANUAL ALCANÇA 142,7% NA ARGENTINA*

A menos de uma semana do segundo turno das eleições presidenciais na Argentina, a inflação acumulada em 12 meses no país chegou a 142,7%. Só em outubro, o avanço foi de 8,3%, segundo dados oficiais divulgados nesta segunda.

Em números: nos dez meses deste ano, o índice oficial de inflação argentino acumula salto de 120%. Ele já é superior ao número cheio do ano passado, quando os preços subiram 94,8%.

Como comparação, a inflação brasileira acumulada nos 12 meses até outubro foi de 4,82%.

O mês passado foi marcado por um desabastecimento de combustíveis na Argentina, que fez os moradores enfrentarem longas filas atrás de postos abertos.

Nas últimas semanas, o peronista Sergio Massa, ministro da Economia e candidato à presidência, anunciou a suspensão temporária da cobrança de impostos sobre os combustíveis para limitar a inflação e facilitar o abastecimento.

Seu adversário, o ultraliberal Javier Milei, culpou as medidas do governo de colocar um preço-teto para o item e, dessa forma, gerar sua escassez, na opinião do candidato que lidera as pesquisas.

Como os argentinos convivem com a inflação: além de se livrar dos pesos assim que recebem a moeda –gastando ou trocando por dólares, para driblar a desvalorização–, a população também tem procurado mais produtos de segunda mão.

O fenômeno é visto principalmente no vestuário, com os argentinos recorrendo às feirinhas tanto para encontrar pechinchas quanto para obter dinheiro extra com a venda de peças antigas.

*CEO DO BUMBLE FALA SOBRE DESAFIOS E TRAJETÓRIA*

Vinte seis anos após sair do Brasil para estudar ciências da computação em Michigan, nos EUA, a executiva Lidiane Jones, atual CEO da plataforma de comunicação corporativa Slack, assumirá a partir do próximo ano o comando do Bumble.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, a brasileira contou sobre o que a atraiu para a chefia do app de encontros, os desafios de ser uma CEO de empresa de tecnologia e sua trajetória profissional, desde a zona leste de São Paulo até hoje. Leia alguns destaques abaixo e aqui na íntegra.

A escolha pelo Bumble

“O que Wolfe Herd [fundadora e atual CEO] fez até agora é muito inovador. Ela foi pioneira no movimento de dar poderes para as mulheres na relação”.

“Criou o app em que são elas que puxam o assunto primeiro. O que fez foi um ato de igualdade, não só feminista. Isso me levou a aceitar o convite”.

Os desafios na carreira

“Sempre tem [algum preconceito], mas o que eu aprendi com os anos é o seguinte: eu sempre vou ser ouvida”.

“Eu aprendi que é mais fácil falar do que ficar escutando todo mundo falar alguma coisa que não sabe. Ouço, mas me censuro menos. Isso tem ajudado muito”.

Trajetória

“Eu cresci na zona leste de São Paulo, em uma família muito humilde. Meu pai e minha mãe emigraram da Bahia. Minha mãe limpava casas, e meu pai trabalhava em empresas pequenas”.

“Conheci cargos e profissões [em um estágio em uma afiliada da Ford no Brasil] que eu nem imaginava que existiam. Aquilo despertou uma curiosidade e uma vontade de crescer”.

“Consegui uma bolsa, mas não passei no exame de inglês de primeira. Fiz outra vez e deu certo. Fui para Michigan fazer a graduação”.

“Eu vim e o início foi horrível. A comida era muito ruim em Michigan, um frio. Eu não sabia falar inglês necessário. Aprendi, criei resistência e me adaptei”.

*IA GENERATIVA EM SMARTPHONES*

Considerada uma ameaça à indústria de smartphones, a IA (inteligência artificial) generativa também virou prioridade para as fabricantes desses dispositivos, que correm para desenvolver novas funcionalidades com a tecnologia.

Por que é ameaça? A ferramenta já é usada como base para desenvolver dispositivos que seriam substitutos dos smartphones.

↳Um exemplo recente é o Ai Pin, feito pela startup Humane, fundada por dois ex-funcionários da Apple. Eles desenvolveram um broche inteligente que funcionará por comandos de voz, toque ou projeção a laser de uma tela na palma da mão.

↳ Outra notícia que movimentou o mundo da tecnologia foram os encontros de Sam Altman, criador do ChatGPT, com Jony Ive, ex-chefe de design da Apple, para produzir um dispositivo pensado para IA generativa.

Como as fabricantes se movimentam? Acelerando a adoção da IA em algumas funcionalidades:

Na tradução: a Samsung lançará em 2024 um serviço de tradução em tempo real durante ligações, baseado em IA. A companhia não informou se o português estará entre os idiomas contemplados.

Nas fotos… A câmera do novo iPhone detecta de forma automática se uma fotografia retratará alguém e ativa o modo retrato. A ferramenta ainda intervém em balanço de luz e foco.

…Nos vídeos… A Qualcomm afirma que os aparelhos equipados com seu novo chip poderão fazer imagens noturnas em cenário de pouca luminosidade. Isso graças à IA no equilíbrio de luz.

…E na edição: a tecnologia permite editar vídeos e fotos no celular com comandos de voz. Outras funções são a de remover objetos indesejados da imagem e de expandir fotos para além do quadro, com a IA gerando as imagens.

ARTUR BÚRIGO / Folhapress

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