Shows de Taylor Swift no Brasil impulsionam serviços prestados às famílias

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A temporada de shows da cantora Taylor Swift no Brasil ajudou parte do setor de serviços a crescer em novembro de 2023, indicou nesta terça-feira (16) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Conforme o órgão, a passagem da estrela da música pelo país beneficiou os serviços prestados às famílias, cujo volume teve alta de 2,2% ante outubro.

“A maior influência [nos serviços prestados às famílias] veio da alta de alojamento e alimentação, mas também houve avanço em outros serviços prestados às famílias, impulsionado, especialmente, pelo crescimento da atividade de espetáculos teatrais e musicais, em função dos shows da cantora Taylor Swift no país”, disse em nota Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE.

Em entrevista coletiva nesta terça, o pesquisador reconheceu que a turnê também pode ter gerado efeitos positivos em mais atividades de serviços associadas ao turismo, como alojamento, alimentação e transporte.

Nesse sentido, Lobo comparou a passagem da cantora a outros grandes shows e megaeventos como a Copa do Mundo, que costumam atrair visitantes. “Acaba movimentando toda uma gama de atividades de serviços para além da empresa promotora desses shows”, declarou.

Em novembro, Taylor Swift passou pelo Rio de Janeiro e por São Paulo. Na capital fluminense, os shows ocorreram em meio a uma onda de calor, e uma fã morreu após passar mal antes de uma apresentação.

O IBGE não é a primeira instituição a apontar impactos da cantora na economia. Em meados do ano passado, Taylor Swift foi citada pelo banco central americano por ter impulsionado o setor de turismo dos Estados Unidos com sua turnê “The Eras Tour”.

AVANÇO DE 0,4% NO SETOR COMO UM TODO

Nesta terça, o IBGE também divulgou que o setor de serviços como um todo avançou 0,4% no Brasil em novembro, na comparação com outubro. Com isso, o segmento quebrou uma sequência de três meses no campo negativo.

O resultado ficou ligeiramente abaixo das estimativas de analistas do mercado financeiro. A projeção era de alta de 0,5% na base mensal, segundo pesquisa da agência Reuters.

“As últimas três taxas negativas reduziram os ganhos, mas o resultado de novembro coloca o setor bem acima [10,8%] do patamar pré-pandemia”, disse Lobo. O volume de serviços, contudo, está 2,6% abaixo do ponto mais alto da série histórica, alcançado em dezembro de 2022.

Conforme o IBGE, 3 das 5 atividades de serviços cresceram em novembro. As altas foram registradas em outros serviços (3,6%), serviços profissionais, administrativos e complementares (1%) e serviços prestados às famílias (2,2%).

O maior impacto no resultado geral veio de outros serviços (3,6%). O ramo avançou pelo terceiro mês seguido.

“Esse setor foi impulsionado pelos serviços financeiros auxiliares, especialmente pelo aumento da receita das empresas de uso do dinheiro digital, como as de máquinas eletrônicas de cartões de crédito e débito”, apontou Lobo.

Os serviços profissionais, administrativos e complementares (1%) exerceram a segunda maior contribuição para a variação de 0,4% do setor no geral. Os destaques foram as atividades jurídicas e as empresas de cartões de desconto e programas de fidelidade, conforme Lobo.

Mesmo em alta, os serviços prestados às famílias (2,2%), citados no início deste texto, ainda estão 2,4% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020. Trata-se do único dos cinco subsetores de serviços que ainda não recuperou totalmente as perdas verificadas após as restrições da crise sanitária.

PASSAGEM AÉREA CARA AFETA TRANSPORTES

De outubro para novembro, as duas retrações entre as atividades vieram dos transportes (-1%) e dos serviços de informação e comunicação (-0,1%).

A primeira teve o quarto revés consecutivo. A segunda mostrou ligeiro decréscimo após assinalar uma variação positiva em outubro (0,2%).

“Os transportes representaram o impacto negativo mais importante no total do setor de serviços. Esse resultado foi influenciado especialmente pelo transporte aéreo, que caiu 16,1% em novembro, a retração mais intensa desde maio de 2022 [-18,6%]. Essa queda ocorreu em decorrência dos preços das passagens, que subiram 19,12% naquele mês”, afirmou Lobo.

LEONARDO VIECELI / Folhapress

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