Símbolo de parque da zona sul, cisne negro é morto no Rio de Janeiro

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Um cisne negro que vivia no parque Eduardo Guinle, na zona sul do Rio de Janeiro, foi morto no último domingo (27). Chamado Romeu, o cisne tinha oito anos e era considerado um símbolo do parque por visitantes e moradores da região.

O animal teve o pescoço quebrado. O suspeito é um homem que carregou o corpo do cisne pelas ruas do bairro de Laranjeiras, na zona sul, até que a Polícia Militar foi acionada.

O parque é conhecido por ser uma extensão do jardim do Palácio Laranjeiras, a cerca de 100 metros da residência oficial do governador do Rio -Cláudio Castro (PL), no entanto, não mora no local. A administração do parque é feita por voluntários, conforme um programa da prefeitura.

A ex-comissária de bordo Cláudia Lustosa, 56, foi a responsável por doar o casal de aves Romeu e Julieta ao parque, em 2015. A fêmea foi morta em 2019, degolada com uma faca, dias após dar à luz os primeiros filhotes com Romeu.

“Na época, testemunhas viram uma briga dos cisnes com um cachorro que invadiu o ninho onde estavam os filhotes recém-nascidos. Depois ela apareceu morta, com o pescoço cortado por um objeto afiado, segundo o laudo”, contou Cláudia.

Romeu tinha acabado de ser pai novamente. Ele teve filhotes com Goiabinha, a primeira cisne gerada com Julieta. Em um vídeo gravado por Cláudia, Romeu e Goiabinha aparecem com os filhotes pelo parque.

O caso aconteceu por volta das 19h de domingo. O suspeito passava em frente a um bar, quando frequentadores viram o cisne em suas mãos e chamaram a polícia. Ele foi conduzido para a 9ª DP (Catete), onde prestou depoimento e foi liberado -o nome dele e o conteúdo de seu depoimento não foram divulgados.

Em um vídeo feito por um morador da região, o suspeito aparenta estar bêbado e nega ter matado o animal.

Há suspeita de que o homem possa ter roubado outras aves do parque. Em nota, a Polícia Civil afirmou que solicitou imagens e vai ouvir testemunhas. Já a Polícia Militar disse que reforça o policiamento.

HOMENAGEM

A morte do cisne causou comoção.

“O Romeu sempre foi uma inspiração para mim, pela sua bravura e delicadeza. Era amado por todos que frequentavam o parque, ele se aproximava das pessoas. Foi uma comoção muito grande”, disse o artista plástico Pablo Menezes, 44. Morador do bairro, ele cuida do paisagismo do parque.

Em homenagem a Romeu, ele dançou a parte solo do balé “O Lago dos Cisnes” (1877), do coreógrafo Julius Reisinger. “É a parte em que o cisne negro morre. Fiz uma versão masculina”, explicou.

Romeu foi enterrado no parque, na tarde desta segunda (28).

Esta não é a primeira vez que a morte de uma ave causa comoção em um parque do Rio. Em 2004, um pavão albino foi morto a facadas por um morador de rua no Campo de Santana, no centro da cidade. Na ocasião ele disse que matou o animal porque estava com fome.

BRUNA FANTTI / Folhapress

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