SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As sirenes de alerta para desastres prometidas pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o verão podem ser instaladas até o fim de fevereiro de 2024 em áreas de risco do estado. A empresa que vencer a licitação em outubro terá até 120 dias para colocar os equipamentos em funcionamento. O investimento é de R$ 4,2 milhões, segundo a Defesa Civil de São Paulo.
Os sistemas de alerta farão parte da prevenção a desastres no verão, período considerado mais crítico para desastres. A promessa foi feita pelo governador em fevereiro, após os temporais que deixaram 65 mortos no litoral norte de São Paulo, a maioria em São Sebastião.
A cidade é uma das três que vai receber as sirenes, junto com Guarujá, na Baixada Santista, e Franco da Rocha, na Grande São Paulo. As cidades foram escolhidas por apresentarem risco de deslizamentos e históricos de desastres, além de contarem com centrais de monitoramento em operação 24h por dia.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de SP, Henguel Ricardo Pereira, os 120 dias são o prazo máximo para a instalação. “É o limite contratual. Já estamos em tratativa para acelerar no período que começa em dezembro. O mais preocupante é, principalmente, a segunda quinzena de fevereiro, quando o solo está carregado, porque já choveu bastante.”
De acordo com a Defesa Civil, foram concluídas as análises e estudos para instalação dos equipamentos, com prioridade para São Sebastião e Guarujá.
O secretário destaca, ainda, a preparação de núcleos comunitários de defesa civil onde haverá sirenes. “Porque a população precisa saber para onde vai, qual é o local seguro, com acolhimento, é uma ação bastante integrada.”
Ainda, o governo deve instalar um radar em Ilhabela, segundo Pereira, para melhorar a precisão do monitoramento meteorológico. “As frentes frias chegam de duas formas: ou se formam no polo Sul, pegam Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná antes de chegarem aqui, ou se formam em alto mar e se aproximam da costa. Com isso, vamos melhorar a acurácia de radar no estado.”
De acordo com Pereira, a maior precisão com o equipamento de Ilhabela se deve à instalação no nível do mar. Hoje, a detecção é feita por um equipamento em Salesópolis, que fica em uma região de planalto.
Ainda não há previsão para a instalação de radares em outros municípios, mas Pereira diz que isso está nos planos. “Decidimos, num primeiro momento, por municípios com áreas de risco, população adensada em áreas de alto risco, um registro histórico de ocorrências e número de mortes por deslizamentos de terra. Depois, vamos expandir.”
Equipes volantes da Defesa Civil estadual também começam, em outubro, oficinas preparatórias de verão com agentes municipais. “Quem chega primeiro à emergência é a Defesa Civil municipal”, diz o secretário.
Por outro lado, o governo também vai mudar o sistema de alertas enviados por telefone. No lugar de mensagens de texto para quem se cadastrar, haverá envio de SMS para todas as pessoas que estiverem em local com risco de desastres, além de alarmes sonoros.
“É um sistema moderno, chamado cell broadcast, em parceria com a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, a Anatel e as empresas de telefonia.”
Serão dois tipos de alerta. Um deles é o severo, com aviso de meteorologia e possibilidade de alagamento, por exemplo, para uma determinada região. Já o aviso extremo indica risco máximo, com possibilidade de deslizamento de terra. O alarme, inclusive sonoro, como uma notificação, será enviado a celulares independentemente de cadastro, com recomendação de evacuação.
LUCAS LACERDA / Folhapress