Só 3 em cada 10 municípios têm órgãos de políticas para mulheres, diz IBGE

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Apenas 31,3% dos municípios brasileiros tinham algum tipo de órgão executivo de políticas para as mulheres em 2023, apontam dados divulgados nesta quinta-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Isso equivale a 1.743 cidades de um total de 5.570.

Lido de outra forma, o resultado indica que 3 em cada 10 prefeituras contavam com estruturas executivas de políticas para as mulheres no ano passado.

O IBGE afirma que o percentual de 31,3% ainda é “baixo”, embora o valor tenha crescido 11,4 pontos percentuais ante 2018, quando estava em 19,9%.

Os dados integram a Munic (Pesquisa de Informações Básicas Municipais). O levantamento investiga a estrutura e o funcionamento das prefeituras em diferentes áreas.

Entre os municípios com mais de 500 mil habitantes, a proporção que tinha órgãos executivos de políticas para as mulheres foi de 97,6% em 2023. Isso equivale a 40 cidades de um total de 41.

Entre os municípios menores, com até 5.000 moradores, o percentual com estruturas do tipo foi de 14,3% em 2023. O dado corresponde a 189 cidades de um total de 1.324.

De acordo com a Munic 2023, a gestão das políticas era realizada em secretarias municipais exclusivas para o tema em apenas 14,4% das cidades com essas estruturas.

Em 69,1% dos locais, a gestão estava centrada em setores da prefeitura subordinados a outras secretarias.

30,5% DOS MUNICÍPIOS TÊM SERVIÇOS A MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA

A Munic também afirma que somente 30,5% dos municípios brasileiros (1.700) ofereciam serviços especializados de atendimento a mulheres em situação de violência. O percentual de prefeituras com gestão desses serviços era ainda menor em 2018: 20,9%.

Segundo o IBGE, o avanço ocorreu nos últimos anos entre os municípios com até 50 mil habitantes, embora esses locais ainda tenham índices mais baixos de cobertura se comparados a grandes cidades.

Entre os municípios maiores, com mais de 500 mil habitantes, 95,1% tinham serviços especializados para mulheres em situação de violência. Entre as cidades menores, com até 5.000 moradores, 13% estavam nessa situação.

LEONARDO VIECELI / Folhapress

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