RÁDIO AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio

Só Track Boa traz brasilidade, mas que fica restrita aos palcos menores

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nas noites de sexta-feira (14) e sábado (15), o caminho entre a estação de metrô Corinthians-Itaquera e a Neo Química Arena, foi tomado por pessoas vestidas de preto, carregando copos e leques, andando em direção ao som alto. O destino final era os palcos iluminados do festival de música eletrônica Só Track Boa, que aconteceu pela primeira vez na zona leste da capital -antes, o evento era realizado no Autódromo de Interlagos.

Com nova identidade visual e atrações nacionais no line-up, o Só Track Boa decidiu chamar a identidade brasileira para si neste ano. A brasilidade, no entanto, marcou ausência no palco principal batizado de NSD (sigla para never stop dancing –nunca pare de dançar em português). Lá, o techno melódico reinou, com canções majoritariamente em inglês. O brasileiro Vintage Culture trouxe imagens e um discurso de Ayrton Senna no final do seu set, com um áudio do brasileiro em uma entrevista -em inglês.

Nos palcos menores, chamados Oca e LuvLab, a brasilidade pôde aparecer. O maior destaque do terceiro palco, criado neste ano, foi a parceria entre Mochakk, do tech house, e Mu540, do funk. Juntos, atraíram público o suficiente para competir com a junção de Vintage Culture, headliner do festival, e Anna, que tocavam no espaço ao lado. As sonoridades do funk, do afrohouse e do trance que apareceram no palco menor serviam de refresco para quem se cansasse das batidas do techno.

Ao entrar, os sons dos dois palcos menores se misturavam. O Oca e o LuvLab eram o primeiro vislumbre dos que chegavam ao festival. As estruturas foram montadas nos estacionamentos ao redor do estádio, com a Arena servindo de barreira sonora entre as duas principais áreas. Para chegar ao palco maior, a caminhada não era pequena. O esforço era atenuado por ativações e decorações luminosas que tentavam evitar o desânimo dos frequentadores.

O palco Oca, recebeu quatro vezes o investimento destinado ao mesmo espaço em edições anteriores, segundo a organização do evento. Em formato 360º, o espaço era cercado em formato circular por torres que soltavam labaredas, de acordo com as batidas das músicas escolhidas pelos DJs. Ele recebeu menos iluminação e efeitos especiais do que os outros, apesar de abrigar algumas das principais atrações. O formato circular permite uma experiência imersiva, ao mesmo tempo que causou uma sensação claustrofóbica e complicou o trânsito das pessoas em momentos de lotação.

Entre os nomes principais a liderar as pick-ups no Oca estavam Mochakk, Kölsch, Adam Beyer, Eli Brown e Victor Lou. Entre estes, Adam Beyer e Eli Brown foram os que mais aqueceram o público, conseguindo atrair muitos para o palco secundário.

Na noite de sexta-feira, a sensação das redes sociais Mochakk chamou muitos para o Oca, mas, apesar de lotada, a pista ficou fria. O DJ dividiu o horário com a ucraniana Korolova, que acabou levando os fãs do techno melódico para o palco principal.

O palco principal, assim como nos anos anteriores, recebeu telões, vídeos, fogos de artifício e iluminação abundantes, o que se tornou marca do Só Track Boa ao longo dos anos. Nesta edição, não foi diferente. O som nos volumes máximos e de alta qualidade não deixaram a desejar, e continuaram agradando a audiência.

No sábado, o público concentrou-se no NSD, visivelmente mais cheio que no dia anterior. Massano, Camelphat, Joris Voorn, Kölsch e Anna ecoaram o techno melódico por toda a madrugada, indicando que o crescimento da corrente na cena ainda não perde força.

Vintage Culture trouxe o set mais movimentado dos dois dias. Tradicional headliner do Só Track Boa, o DJ atraiu fãs com camisetas e bandeiras estampando seu nome. Durante a apresentação de duas horas, os truques de iluminação e pirotecnia apareceram mais do que no restante do festival. Com cara de show, e não de set, fãs disputavam a atenção do ídolo perto do palco. O DJ abriu o set com músicas do álbum recém-lançado, “Promised Land”, e terminou com favoritas do público, como “My Girl”.

Com fácil acesso ao transporte público e a carros de aplicativo, o novo espaço agradou os fãs que já estiveram em outras edições do festival. Os banheiros e praças de alimentação do estádio foram disponibilizados, o que também gerou comentários positivos durante o evento.

O que não agradou o público foi o horário de término. Neste ano, o Só Track Boa terminou às 5 horas da manhã –em anos anteriores terminou às 8 horas. Tanto na sexta-feira, quanto no sábado, as reclamações após a interrupção do som eram audíveis. Muitos frequentadores consideraram o término cedo demais e saíram em busca de “afters” pela cidade.

LUANA FRANZÃO / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS