SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Subiu para 12 o número de focos de incêndio no estado de São Paulo, segundo dados divulgados às 17h desta quarta-feira (4) pela Defesa Civil paulista. Na noite de terça-feira (3) eram nove ocorrências.
Em quatro casos as equipes usam aviões e helicópteros no trabalho de combate às chamas. Não foram reportadas vítimas em nenhuma ocorrência.
Os focos de incêndio estão em São Simão, Altinópolis, Pompeia, Monte Alegre do Sul, Dois Córregos, Ribeirão Preto, Bom Jesus dos Perdões, Luís Antônio, Presidente Prudente, Mairiporã, Garça e Pedregulho -este é uma reignição de fogo que já havia sido apagado.
Em Ribeirão Preto, o fogo ocorre em um assentamento do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) na Fazenda da Barra, de acordo com a Defesa Civil.
A cerca de 60 km dali, em Altinópolis, as chamas consomem uma grande área de canavial. Brigadistas de duas usinas ajudam a apagar o fogo.
Em Presidente Prudente, o incêndio de grandes proporções atinge uma área de preservação permanente
Em Pompeia, na região de Marília, o combate às chamas em uma área de vegetação natural é feito com o apoio do helicóptero Águia, da Polícia Militar, e de um avião agrícola.
Em Marília, a estação meteorológica do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) apontou que a umidade do ar chegou a apenas 10% às 16h desta quarta-feira. Esse percentual é compatível ao do deserto do Saara. Na terça, o índice foi de 7%.
O motivo para o tempo seco, que se prolonga há quase um mês, é uma massa de ar seco e quente que predomina na maior parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste, impedindo a formação de nuvens. Não há previsão de chuva para os próximos dias.
Nesta quarta, o Inmet emitiu alerta de grande perigo para baixa umidade do ar nas regiões norte e noroeste de São Paulo.
A Defesa Civil paulista manteve alerta para risco elevado de incêndios em praticamente todo o estado ao menos até a próxima segunda-feira (9).
O mapa de risco, que é uma das ferramentas tecnológicas que auxiliam a Defesa Civil no monitoramento de queimadas durante o período de estiagem, indica os níveis de risco pelo território paulista.
Há quatro estágios desses avisos: amarelo (baixo); laranja (alto), vermelho (alerta) e roxo (emergência).
Para a elaboração dos mapas, algoritmos cruzam informações como temperatura, previsão meteorológica, umidade do solo e do ar, acumulado de chuva e velocidade do vento para calcular o risco de incêndio.
As temperaturas devem seguir em elevação com umidade relativa do ar atingindo níveis mais críticos, deixando a sensação de tempo quente e abafado.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, 12 pessoas foram presas desde o surgimento dos primeiros focos de incêndio no estado, há cerca de duas semanas.
A última detenção foi na noite de terça-feira (3). De acordo com a pasta, um homem de 50 anos foi preso após atear fogo em uma área de mata no bairro Jardim. Alvorada, em Batatais.
Ele foi flagrado por testemunhas ateando fogo no local e a Guarda Municipal acabou acionada.
“As chamas foram controladas pelo Corpo de Bombeiro e o caso registrado como incêndio no Plantão da Delegacia Seccional de Franca”, diz a secretaria.
A Polícia Civil investiga todos os casos, que afirma não serem relacionados.
Por causa do cenário no estado, classificado como assustador por integrantes da Defesa Civil paulista, o governo convocou representantes da iniciativa privada a uma reunião, na noite terça-feira, para a adoção de medidas conjuntas de combate a queimadas, potencializadas pelo clima seco.
“Vamos aumentar o nosso potencial de trabalho [de combate a a incêndio] com o setor privado”, afirmou à reportagem o coronel Ricardo Pereira Henguel, coordenador de Proteção e Defesa do Estado de São Paulo.
FÁBIO PESCARINI / Folhapress