SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Rio Grande do Sul registrou 39 mortes em decorrência às fortes chuvas que atingem o estado desde o fim da semana. A informação foi dada pelo governador Eduardo Leite (PSDB), durante transmissão de vídeo ao vivo pela internet no fim da tarde desta sexta-feira (3). Há um total de 68 pessoas desaparecidas, segundo ele.
De acordo com a Defesa Civil, 265 municípios foram afetados pela enchente histórica.
Boletim divulgado pela manhã mostrou que havia 7.949 pessoas em abrigos e outras 23.598 estão desalojadas. No total, eram 351.639 afetados e 74 feridos pela manhã.
Segundo Leite, ainda há muita dificuldade de resgatar pessoas isoladas pela chuva. “É uma aflição enorme porque o tempo não tem dado trégua”, afirmou. Ele alertou para o fato de solos continuarem encharcados e há muito risco geológico de deslizamentos.
De acordo com o governador, algumas localidades podem chegar a acumular mil milímetros de chuva no estado.
Durante live realizada na noite desta quinta-feira (2), o governador afirmou que “as pessoas devem levar a sério essa situação, busquem se proteger”, disse. “Estamos fazendo milhares de resgates, mas é absolutamente impossível atender a todos com as condições climáticas que estamos vivendo”, disse. “O clima tem sido impiedoso.”
Durante a madrugada desta sexta-feira, o rio Guaíba, em Porto Alegre, atingiu o maior nível desde 1941. O rio chegou a 4,23 metros no cais Mauá. O nível de alerta para a região do centro histórico é de 2,5 metros, sendo 3 metros para inundação.
Entre as consequências da cheia está o fechamento da base da Guarda Municipal na orla do Guaíba. A área será patrulhada preventivamente até a normalização.
Um abrigo instalado na Casa dos Correios também precisou ser desativado devido ao avanço das águas. As pessoas que estavam no local foram transferidas para uma escola municipal. Ao todo, 387 pessoas estão em abrigos temporários na cidade.
Até o momento, a região das ilhas é a mais afetada, pois a inundação nesta região ocorre após o nível do rio atingir 2,2 m. Moradores da região foram resgatados durante toda a madrugada por botes. Eles foram levados para abrigos municipais.
A Prefeitura de Porto Alegre decretou estado de calamidade pública no município na noite de quinta, após a classificação do desastre provocado pelas fortes chuvas como de grande intensidade.
A Defesa Civil do município divulgou um novo alerta, indicando a possibilidade de continuidade das chuvas extremas até o meio-dia de segunda-feira (6).
O estado do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade na noite de quarta-feira. Os alagamentos arrastaram construções e isolaram moradores. Segundo a Defesa Civil, 4.600 pessoas já foram resgatadas no estado, encaminhadas para atendimento médico ou para abrigos públicos.
ISABELLA MENON E FÁBIO PESCARINI / Folhapress