SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – O número de desaparecidos após as chuvas que devastaram cidades no Sul do país cresceu para 46 nesta sexta-feira (8), aponta boletim divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul. Ao todo, são 30 pessoas desaparecidas na cidade de Muçum, 8 em Lajeado e 8 em Arroio do Meio.
O total de mortes confirmadas no estado permanece em 41. Com a morte registrada na segunda (4) em Santa Catarina, são 42 óbitos na tragédia no Sul do país.
No Rio Grande do Sul, são 85 municípios com registros de destruição que deixaram 3.046 pessoas desabrigadas (dependem de abrigos públicos) e 7.781 desalojadas (podem se acomodar na casa de parentes e amigos). As enxurradas ainda deixaram 73 pessoas feridas.
Ao todo, o governo gaúcho estima em 135 mil o total de afetados pelos temporais em todo o estado, cenário quem impôs ao governo uma força-tarefa com cerca de 900 servidores que atuam nas buscas, resgates, identificação de corpos e reparos na infraestrutura destruída pela força das águas.
Nesta quinta-feira (7), o governo federal reconheceu o estado de calamidade pública solicitado pelos municípios gaúchos atingidos pelos temporais.
Os corpos das vítimas estão sendo reconhecidos pela Instituto Geral de Perícias em Porto Alegre e cidades do interior. A liberação para os velórios depende de uma normalização mínima na rotina das cidades afetadas, que chegaram a ter mais de 80% de sua área urbana submersa.
Com a queda de antenas de sinal de internet, a comunicação com a região está prejudicada, o que isolou famílias e aumentou a tensão.
O Governo Federal, através do Ministério das Comunicações, disponibilizou 13 antenas digitais para o Rio Grande do Sul. Os equipamentos foram levados pela Força Aérea Brasileira.
Muçum, no vale do Taquari, foi a cidade mais devastada pela enxurrada. Lá, foram encontrados 15 corpos até esta sexta-feira. A cidade vizinha de Roca Sales teve 10 mortes.
O governador Eduardo Leite e secretários foram nesta sexta-feira (8) a Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, para reunião que tratará do impacto das enchentes com os prefeitos da região.
Nesta quinta-feira (7), o governador foi até o município de Muçum e anunciou a liberação de R$ 1,5 milhão em horas-máquina para auxiliar no trabalho de reconstrução, tanto em Muçum quanto em Roca Sales, cidades mais atingidas pelas enxurradas.
A Defesa Civil Estadual pede que as doações se concentrem em colchões, produtos de higiene pessoal e itens para limpeza dos locais afetados pela enchente.
As fortes chuvas ainda mantêm 11 bloqueios totais ou parciais de rodovias nesta sexta-feira (7), sendo 10 em estradas estaduais e um em estradas federais. Dentre as rodovias federais, há um ponto de bloqueio na BR-116 na cidade de São Marcos (168 km de Porto Alegre), onde a ponte do Rio das Antas foi interditada totalmente por questões de segurança.
Nas rodovias estaduais, duas pontes foram destruídas pelas chuvas e há 10 pontos de bloqueio parcial ou total. O governo informou que trabalha para desobstruir as rodovias “o mais rápido possível” para que os artigos de primeira necessidade possam chegar às cidades atingidas pelas chuvas.
Em boletim divulgado nesta quinta-feira (7), o governo gaúcho manteve o alerta meteorológico para chuva intensa na maior parte do Rio Grande do Sul, além de risco de vento forte e queda de granizo.
As áreas da metade Sul, Noroeste, Norte, Centro e Leste do estado terão volumes de chuva que devem variar entre 50 e 75 milímetros por dia, podendo chegar aos 120 mm/dia no Sul e em parte da Campanha.
Há previsão de tempo instável para sexta-feira ainda por conta do avanço da frente fria. O sábado (9) deve começar com tempo instável, mas gradualmente o sol entre nuvens deve voltar a predominar no Rio Grande do Sul.
Redação / Folhapress