SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Dupla fundamental na ascensão do pop britânico no início dos anos 1980, o Soft Cell fez seu primeiro show no Brasil neste sábado (18). Atração do palco Metlife no começo da noite, o grupo encontrou uma plateia um pouco mais vazia que a atração anterior, Romy.
A tenda, que comporta 5 mil pessoas, estava até bem preenchida, mas contava com um público distraído. Na maior parte do tempo, a música vinha do palco misturada ao barulho das conversas –o show por vezes pareceu mais a trilha de fundo para encontros de amigos.
Mestres do synth-pop, o vocalista Marc Almond e o tecladista Dave Ball foram acompanhados por uma dupla de backing vocals e um saxofonista. A música dançante da dupla apelou mais a saudosistas dos anos 1980, que cantaram junto com eles em “Torch”, de 1981.
Canções mais novas, como “Nostalgia Machine”, de 2022, até botaram uma parte da plateia para dançar, mas foi com os clássicos dos anos 1980 que deu para sentir o público em polvorosa. Foi o caso de “Tainted Love”, maior sucesso da dupla, tocado já no fim do show.
A música, lançada originalmente na voz de Gloria Jones em 1964, estourou com o Soft Cell, em versão dançante, 17 anos depois. Um clássico das boates desde então, a canção foi entoada de maneira entusiasmada no C6, no ponto alto do show.
O Soft Cell sempre foi a banda que, na fértil cena pós-punk britânica da década de 1980, emplacou 12 músicas no top 40 da parada inglesa, acumulou fãs declarados como David Bowie e Nine Inch Nails e compôs pelo menos três músicas que tocam até hoje em rádios brasileiras difusoras dos chamados flashbacks, “Tainted Love”, “Torch” e “Say Hello, Wave Goodbye”.
LAURA LEWER / Folhapress