RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – “Mulher perfumada”. É assim que Damião, interpretado por Xamã, vai se referir a Eliana, quando ela chegar à fazenda de José Inocêncio (Marcos Palmeira), em “Renascer”.
Sophie Charlotte faz jus ao apelido recebido na ficção. Quando a atriz chega ao local da entrevista ao site F5, é impossível não sentir o cheirinho gostoso que ela exala. Perfumada mesmo.
“Gostou? É intenso e puxado para o floral. Tem isso no texto e eu fui buscar um perfume para a Eliana que fosse diferente do meu. Faço isso sempre. Cada personagem tem o seu cheiro, a sua essência”, explica. Sophie, no entanto, não revela o nome da fragrância de jeito nenhum. Quer manter segredo. Mas sobre a virada de sua personagem na trama de Bruno Luperi, ah, sobre isso ela fala com gosto.
“Eliana é intensa e não conseguiu superar o fim do seu casamento com Venâncio (Rodrigo Simas) e muito menos a possibilidade de ele estar apaixonado por outra pessoa”, aponta Sophie, que evita o termo vilã para defini-la. “Ela fica tão obcecada nessa narrativa ‘não posso perder esse amor’ e aí vai errando, errando. Ela não é vilã, perversa. Eliana é errante”.
Sem querer dar muitos spoilers, ela diz que Eliana “se transforma” em Ilhéus. “Ela vai ficar mais leve. Vai ser arrebatada pelo lugar e vai meio na contramão do que se espera da personagem porque ela é toda assim, do Rio de Janeiro, urbana. Enfim. Há um encantamento com esse lugar e, principalmente, com a vontade de construir algo novo”, diz.
Sophie também falou sobre o envolvimento da personagem com Damião. “É uma paixão improvável. E paixão é uma coisa lógica? Não é, não”, dispara. “Sei que é uma coisa arrebatadora e como ela é errante, ela vai na água turbulenta, ela se entrega a esse sentimento forte”, destaca.
Ela contou ter visto algumas cenas de Patrícia Pillar, que interpretou Eliana na primeira versão. “Vi algumas cenas e estava curiosa para saber como seria o encontro dela com Damião (Jackson Antunes). Amei a construção deles”.
“Estou buscando entender como é essa personagem em 2024, complexa e intensa. Não que a Eliana seja uma mulher resolvida, ou feminista, não, mas acredito que tem muitas mulheres como ela, que ainda se perdem dentro das suas relações, dentro dos seus casamentos. Ela não conseguem dimensionar tanto o seu espaço, sua construção de vida, a construção de uma relação”, conclui.
ANA CORA LIMA / Folhapress