SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O estado de São Paulo teve a segunda participação mais baixa entre os estados nas provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2023. Foram 41% de participantes, à frente apenas do Amazonas, com 40%. Já entre estudantes da rede pública, foram 34% presentes em São Paulo, à frente de Roraima, com 29%.
Os indicadores, junto com as notas do exame, foram divulgados pelo MEC (Ministério da Educação) nesta terça-feira (16), durante entrevista coletiva realizada em Brasília.
No total, 4.018.414 pessoas se inscreveram no exame. Destas, 2.734.100 pessoas (68%) fizeram a prova.
Segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), aumentaram os números de inscritos e participantes da rede pública na prova de 2023 na comparação com o exame de 2022. Os números, no entanto, ainda são baixos.
De 1.792.396 matriculados em 2023, 1.181.081 fizeram a inscrição e 837.622, menos da metade (46,7%), fizeram a prova.
O estado que lidera em participação é o Ceará, com 80% do total de alunos e 79% entre os da rede pública. Para enfrentar a baixa participação, o governo deve, segundo o ministro da Educação do governo Lula (PT), Camilo Santana, reforçar a articulação com os estados.
Além disso, também deve pagar um valor adicional a um programa de bolsas -anunciado em novembro e com início previsto para março- para alunos do terceiro ano do ensino médio que façam o Enem.
Ainda, o tema deve ser investigado por meio de uma pesquisa anunciada pelo MEC e o Inep. Além de investigar as razões entre os faltantes, que podem ir das dificuldades de deslocamento ou desistências, a iniciativa também deve coletar a percepção dos que participaram sobre os colegas e sobre o ensino médio.
“Todos que se inscreveram no Enem receberão um email para dar informações sobre como percebem oportunidades que o Enem oferece e as dificuldades de acesso [ao ensino superior]”, afirmou o presidente do Inep, Manuel Palacios. “O fato de ter um índice alto e algo em torno de 40% sugere fortemente que há um problema de mobilização e comunicação”, acrescentou.
Para o ministro, as razões não indicariam uma opção por outras modalidades de qualificação. “Então Pernambuco ou Ceará, que têm muita escola técnica e profissionalizante, teriam [índice] baixo, mas é alto. Precisamos entender essas dinâmicas para tomar medidas assertivas.”
A pesquisa pode oferecer indícios para explicar uma relação que se mantém ao longo dos anos entre inscritos e participantes.
Segundo o Inep, algumas flutuações ajudam a explicar as variações nos indicadores, que caíram ao longo dos anos. “Durante parte do período de alta de inscritos, o Enem funcionou como certificação para ensino de jovens e adultos”, afirmou o diretor de avaliação da educação básica do instituto, Rubens Lacerda.
“Em 2020, as pessoas voltaram a se inscrever para o Enem, mas dada a incerteza de como seria a aplicação para tantas pessoas num período em que a Covid era ou deveria ser preocupação, a participação continuou caindo.”
SAIBA COMO ACESSAR O RESULTADO DO ENEM
Assim como na madrugada, o site apresentava instabilidade por volta das 9h, horário programado para a divulgação das notas. A página não carregava ou mostrava uma mensagem de erro para o usuário.
Para conferir a nota, os estudantes devem acessar a Página do Participante até que seu boletim de desempenho apareça –a nota dos treineiros estará disponível apenas em março.
O acesso à página é feito com o login único da plataforma gov.br. É preciso digitar o CPF e clicar em “Avançar”. Lá, será possível encontrar o boletim de desempenho do Enem.
Para quem perdeu a senha, é possível recuperá-la ao clicar em “Esqueci minha senha”, selecionar uma das formas de recuperação, preencher os campos solicitados e gerar uma nova senha.
Neste ano, o período de inscrição para o Sisu (Sistema de Seleção Unificada), programa do Ministério da Educação que seleciona estudantes para universidades públicas de todo o país, vai de 22 a 25 de janeiro.
Pela primeira vez, o processo seletivo acontecerá apenas no início do ano e não terá uma segunda edição em junho. Serão distribuídas 264.360 vagas em 127 instituições de ensino.
Redação / Folhapress