SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil tem refeito os passos do homem suspeito de atacar mulheres na zona leste de São Paulo na tentativa de encontrá-lo. O último registro de Solirano de Araújo Sousa, 48, foi obtido por uma câmera de segurança no dia (17).
A imagem mostra o momento em que ele deixa um Fiat Uno e entra em um comércio no entorno da favela Elba, em Sapopemba. Ele mancava naquele momento e parecia estar com a perna imobilizada.
A investigação coordenada pelo delegado Ricardo Salvatori, titular do 57° DP, aponta que Sousa procurou atendimento no setor de ortopedia de em um hospital no sábado (14), ou seja, um dia após os ataques contra sete mulheres. Ele teve alta no mesmo dia.
Aos familiares ele disse ter se machucado sozinho e negou que tivesse sido agredido.
“[Sousa] teria dito que foi autolesão. Ele pulou um muro por ter avistado uma viatura à distância, muito longe, se escondeu e se machucou”, disse Salvatori, sobre o que ouviu dos familiares do suspeito.
Os policiais civis têm visitado hospitais e IMLs da capital e de cidades vizinhas na tentativa de encontrar Sousa. A investigação não descarta que ele possa ter sido morto por criminosos.
A hipótese ganha força com a informação de que o último sinal de geolocalização do celular apontou para a favela Elba. O suspeito, que possui um mandado de prisão expedido pela Justiça pelos ataques, não mora no local, mas em outra favela na região.
O último contato de Sousa com familiares ocorreu no dia 17. Por telefone, ele disse aos parentes não ser um estuprador, de acordo com a polícia.
Segundo Salvatori, a data coincide com a última transação bancária feita por Sousa. Também naquele dia, o Fiat Uno que aparece nos ataques foi abandonado nas imediações da favela Elba. O carro foi localizado pela polícia no dia 18.
Até o momento não há nada que indique que Sousa tenha atacado as mulheres com intenção de cometer abuso sexual. Salvatori trata os casos como tentativa de crime patrimonial.
Familiares disseram aos policiais que Sousa era usuário de drogas. Um pino usado para armazenar entorpecentes foi encontrado dentro do Fiat Uno.
OS ATAQUES
Os ataques ocorrerem no período de 1h20, todos no dia 13. As vítimas têm idades entre 16 e 34 anos. Elas reconheceram o suspeito por meio de fotos apresentadas pela polícia.
Um dos vídeos mostra o homem parando o automóvel em frente a uma escola estadual na região da Mooca. O suspeito sai e, quando uma jovem passa, ele a segura, abre a porta traseira do veículo e tenta arrastá-la para dentro do carro, mas ela consegue se soltar e sai correndo.
Outra imagem mostra o homem abordando duas mulheres em um ponto de ônibus, na rua Manuel Onha. O suspeito para o carro, desce e aborda a primeira vítima pelas costas. Ela consegue se soltar e corre. Ele continua parado no ponto até abordar outra vítima, que passava pela calçada. Ele a segura pela nuca, mas ela se solta e sai andando.
PAULO EDUARDO DIAS / Folhapress
