SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Paraná prendeu três suspeitos de desviar cerca de R$ 2,5 milhões que seriam destinados para custear o tratamento de uma menina de 11 anos com câncer agressivo, em Cascavel (PR).
Policiais cumpriram mandados de prisão contra os suspeitos na manhã da terça-feira (16). Além das detenções, os agentes também fizeram buscas e apreensões em endereços ligados aos investigados em Caçapava (SP), onde estava o dono da empresa, além de Porto Alegre e São Gabriel, no Rio Grande do Sul.
Suspeitos teriam desviado o valor que seria usado para comprar o remédio da menina, identificada como Yasmin. O governo do Paraná pagou o valor de R$ 2,4 milhões à empresa investigada para que o remédio fosse fornecido, mas apenas 10% das doses adquiridas foram entregues.
Esquema criminoso foi descoberto em junho passado. Como o medicamento não foi entregue, o governo estadual precisou comprar o remédio de outro fornecedor para o tratamento da menina. Foram entregues cinco frascos do remédio no começo de julho e a criança está sob tratamento, mas não há informações atualizadas sobre o estado de saúde dela.
Yasmin trata um neuroblastoma desde os 5 anos. Ela já foi submetida a cirurgias para tratar o câncer, realizou sessões de quimioterapia e um transplante de medula, mas a doença voltou. Devido ao preço do remédio, a família dela entrou na Justiça do Paraná para que o governo custeasse o medicamento, obteve decisão favorável, mas precisou lidar com os golpistas que desviaram o valor e não forneceram o produto.
Empresa investigada não entregou o produto comprado pelo estado do Paraná. Conforme a polícia, a empresa teria enviado apenas uma das seis ampolas do medicamento Danyelza que foram compradas.
Suspeitos são investigados pelos crimes de estelionato, organização criminosa, emissão de nota fiscal falsa e lavagem de capital. Ainda segundo a Polícia Civil do Paraná, o dono da empresa preso em Cascavel foi submetido a audiência de custódia na Justiça de São Paulo, que determinou a manutenção da prisão dele. Agora, o homem deve permanecer no sistema prisional paulista ou ser transferido para o Paraná, onde o caso é investigado.
Como os suspeitos não tiveram as identidades divulgadas, não foi possível localizar suas defesas. O espaço segue aberto para manifestação.
Redação / Folhapress