BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) afirmou nesta terça-feira (23) que o governo irá fazer um reajuste neste ano na tabela de isenção do Imposto de Renda, indicando que quem receber até dois salários mínimos ficará isento.
Em maio passado, uma medida provisória alterou a faixa de isenção do IR de R$ 1.903,98 para R$ 2.112. Para isentar quem recebia até dois salários mínimos, o texto também incluiu um desconto mensal de R$ 528 na fonte.
“Com o reajuste do salário mínimo, as pessoas parecem que vão voltar a pagar o Imposto de Renda, mas não vão. Porque nós vamos fazer as mudanças agora para quem ganhe até dois salários mínimos não pague IR. Eu tenho um compromisso de chegar até o fim do meu mandato isentando todo mundo que ganhar até R$ 5.000”, afirmou o petista em entrevista à rádio Metrópole da Bahia.
“É um compromisso de campanha, mas, sobretudo, de muita sinceridade. Nesse país, quem vive de dividendo não paga Imposto de Renda e quem vive de salário paga Imposto de Renda”, continuou.
O presidente afirmou ainda que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sabe que serão necessários fazer “ajustes”.
“Eles são difíceis, porque nós precisamos saber que na hora que a gente abre mão de um dinheiro, a gente tem que saber da onde vai pegar o outro dinheiro”, disse Lula.
As declarações ocorrem um dia após Haddad ter afirmando que o Executivo iria fazer uma nova revisão na faixa de isenção do IR.
“Nós vamos fazer uma nova revisão em 2024 por conta do aumento do salário mínimo. O presidente Lula já pediu uma análise para acertarmos a faixa da isenção. Neste primeiro semestre, temos que encaminhar as leis complementares que regulam a emenda da Reforma Tributária”, disse Haddad durante participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda (22).
Ao chegar ao Ministério da Fazenda, na manhã desta terça-feira (23), o ministro foi questionado por jornalistas sobre os estudos para acomodar o novo salário mínimo no Imposto de Renda e respondeu que “até o final do mês a gente vai ter essa conta”.
VICTORIA AZEVEDO / Folhapress