SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A farmacêutica Takeda, responsável pela produção da vacina Qdenga, contra a dengue, anunciou na segunda-feira (26) uma parceria com a indústria indiana BE (Biological E. Limited) para ampliar a produção do seu imunizante.
A parceria estratégica tem como objetivo acelerar a produção de doses da Qdenga que serão disponibilizadas para países onde há uma epidemia de dengue até 2030.
O acordo prevê a oferta apenas para Programas Nacionais de Imunização, como é o caso do acordo feito com o Ministério da Saúde.
Segundo o comunicado, a BE tem capacidade de produção de até 50 milhões de doses da Qdenga por ano. Com a parceria, a expectativa é que a produção conjunta chegue a até 100 milhões de doses por ano até 2030.
Outras unidades fabris envolvidas no processo de fabricação da Qdenga, como unidades da Takeda em Singen, na Alemanha, e da IDT Biologika, devem entrar na capacidade de produção total.
No comunicado, o presidente da Unidade Global de Comércio de Vacinas da Takeda, Gary Durbin, disse que a empresa tem um objetivo de longo prazo de tornar a sua vacina disponível amplamente para todos aqueles em risco de agravamento da doença. “Estamos orgulhosos de apresentar essa parceria com a BE, que é uma companhia com expertise na produção de vacinas e que tem dado apoio aos programas de saúde pública em todo o mundo”, afirmou.
O Brasil vive atualmente uma epidemia de dengue sem precedentes. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o país registra um total de 920.427 casos prováveis e 184 mortes, segundo atualização do Painel de Monitoramento das Arboviroses desta segunda-feira (26).
A Qdenga foi incorporada ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) e é aplicada em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em alguns municípios com risco crítico da doença, conforme critérios definidos pelo Ministério da Saúde. Isto ocorre porque o quantitativo de doses disponibilizado pela farmacêutica para 2024, de 5 milhões de doses, é muito baixo. Por essa razão, a pasta se alinhou com a recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) de incluir apenas a faixa etária que tem maior risco de hospitalização pelo vírus.
ANA BOTTALLO / Folhapress