Tarcísio diz que vai pedir à Justiça aumento de multa a sindicatos por greve

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que vai pedir à Justiça para aumentar as multas aos funcionários do Metrô e da Sabesp por descumprirem decisão judicial e fazerem greve nesta terça-feira (3) contra o plano de privatizações.

O QUE ELE DISSE

“A gente está pedindo que a Justiça possa fazer valer o que já foi decidido”, disse ele em entrevista ao canal GloboNews. “O aumento da multa, sim. A gente não pode ficar refém de uma situação dessa, de um sindicato que resolve paralisar os serviços, deixando toda uma cidade parada, gerando prejuízos para os trabalhadores”.

Funcionários do Metrô de São Paulo, da CPTM e da Sabesp estão em greve nesta terça para protestar contra o plano de privatização dos serviços proposto por Tarcísio. Segundo os representantes dos sindicatos, o governo não os chamou para debater o assunto. Eles pedem que a população seja consultada por meio de um plebiscito.

Justiça determinou nesta segunda-feira (2) que o metrô deveria manter 100% das operações nos horários de pico, o que, para Tarcísio, foi descumprido. A multa para o descumprimento da decisão é de R$ 500 mil.

METRÔ, CPTM E SABESP ESTÃO EM GREVE

O Sindicato dos Metroviários fará uma nova assembleia nesta terça, às 18h. Há possibilidade de estender a paralisação.

Estações das quatro linhas operadas pelo Metrô de São Paulo e da maioria das linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) amanheceram fechadas na manhã de desta terça. As linhas 4-amarela; 5-lilás, de metrô, e 8-diamante e 9-esmeralda, concedidas à iniciativa privada, estão funcionando normalmente.

Os ônibus da capital funcionam normalmente, com 100% da operação, e o rodízio para carros está suspenso durante o dia todo —menos para veículos pesados, como caminhões.

LINHAS DA CPTM PRIVATIZADAS TÊM FALHAS CONSTANTES

As linhas 8-diamante e 9-esmeralda, administradas pela ViaMobilidade, registram falhas constantes, como descarrilamentos, velocidade reduzida, atrasos e trens andando com portas abertas. A concessionária já chegou a assinar um termo de conduta com pagamento de multa pelas falhas.

As linhas privatizadas têm três vezes mais falhas do que as administradas pela CPTM, mostrou reportagem do UOL. De janeiro a abril, as linhas concedidas 8 e 9 apresentaram 16 falhas de operação. Nas linhas 7, 10, 11, 12 e 13, da CPTM, foram registrados cinco problemas.

A presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, disse que o governador ataca o direito de greve do trabalhador e “mente em favor de um objetivo político” ao falar das paralisações da categoria.

Redação / Folhapress

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