Tarcísio promete ampliar monotrilho e quer metrô da zona oeste até Cidade Tiradentes

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta terça-feira (1º) que planeja expandir a linha 17-ouro de monotrilho até a estações Jabaquara, da linha 1-azul, e São Paulo-Morumbi, da linha 4-amarela.

Ele não se comprometeu com nenhum prazo para essas expansões, previstas no projeto original do monotrilho, embora garanta que o governo já esteja trabalhando no plano.

Tarcísio visitou nesta terça a instalação do primeiro trem da linha de monotrilho 17-ouro. O ato, que teve corte de faixa com laço vermelho celebrando a entrega, ocorre dez anos depois da previsão inicial de inauguração da linha -a promessa de entrega para a Copa do Mundo de 2014 foi adiada ao longo de três governos tucanos.

A composição é a primeira de um total 14 previstas para operar na linha que conectará o aeroporto de Congonhas à estação de trem Morumbi, da linha 9-esmeralda. O segundo trem deve chegar em dezembro e os demais ao longo de 2025, segundo o governo estadual.

Além dos atrasos, o modal é criticado por especialistas que consideram o custo-benefício do monotrilho desvantajoso. Ao final da obra serão R$ 6,1 bilhões para 8 km de trilhos -dos quais 6,7 km serão de trechos operacionais-, e previsão de transporte para 93 mil passageiros por dia útil.

Já o corredor de ônibus Berrini, que tem extensão similar, foi projetado para atender 94 mil passageiros por dia, e custou R$ 45 milhões.

Tarcísio evitou críticas ao modelo e afirmou que a prioridade é concluir uma obra inacabada que já custou caro ao longo da última década. Um total de R$ 3,5 bilhões já foram gastos até agora, segundo o governador.

“A gente está falando de fato de um sistema de média capacidade, não é um sistema de alta capacidade como o metrô, mas também tem metade do investimento por quilômetro, então para determinadas situações faz sentido, e muito sentido”, afirmou Tarcísio. “A questão do atraso dessa linha se deve a questões contratuais, questões que ficaram no passado, isso que é importante.”

Ele também disse que não teria cabimento fazer o papel de “engenheiro de obra pronta”, uma vez que boa parte da estrutura já foi construída.

Além de prometer a expansão da linha 17, o governador também afirmou que a prioridade na expansão da malha metroviária da capital será a linha 16-violeta, que prevê interligar as zonas oeste e leste da capital. Ela partiria estação Oscar Freire da linha 4-amarela, e também teria integrações com a 1-azul, 2-verde, 6-Laranja e 10-Turquesa, chegando até Cidade Tiradentes.

Os planos da 16-violeta ainda são preliminares. Ainda será necessário dar início a um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), no qual o poder público recebe projetos do setor privado, para só então levar uma versão para discussão em audiências públicas e, depois, realizar o leilão.

Há cerca de três semanas, o secretário-executivo de Parcerias e Investimentos, André Isper, disse à Folha de S.Paulo que o governo estuda um modelo que viabilize a construção das linhas 20-rosa (da zona norte ao ABC Paulista), 19-Celeste (do centro a Guarulhos) e 22-marrom (da zona oeste a Cotia) por meio de concessões das três linhas mais antigas do Metrô, hoje sob administração pública. Tarcísio confirmou que essa é uma possibilidade em estudo, e disse que a decisão sobre o modelo econômico ainda não foi tomada.

TESTES NO ELEVADO COMEÇAM EM JANEIRO

Com cinco vagões, o trem da linha 17-ouro instalado nesta terça tem 114 assentos e capacidade total para 616 passageiros. A velocidade operacional será de 80 km/h.

A partir de agora, a fabricante chinesa BYD e o Metrô devem começar a fazer testes estáticos na composição, avaliando o funcionamento das portas, do sistema elétrico e dos alarmes sonoros, por exemplo. A previsão é que ainda neste ano ocorram alguns testes em movimento, mas dentro do pátio de trens, segundo o Metrô.

Em janeiro do ano que vem, já deve haver uma ligação com as vigas de concreto ao longo da avenida Jornalista Roberto Marinho, e os motoristas que passam por ali vão começar a ver o monotrilho em movimento.

Mesmo quando isso ocorrer, a composição ativa deve estar funcionando com baterias. O trem tem autonomia para rodar 8 km só com a bateria, segundo o Metrô.

Em maio do ano passado, a gestão Tarcísio rompeu unilateralmente o contrato com o segundo consórcio responsável pelas obras, que estavam paradas novamente. Atualmente a construção das estações, dos trilhos e do pátio de trens está sob responsabilidade da Agis Construção S.A.

TULIO KRUSE / Folhapress

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