SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Antes dos portões do Taste Festival abrirem neste domingo (27), dezenas de fãs de gastronomia esperavam para aproveitar o último dia do evento, que trouxe ao parque Villa-Lobos, em São Paulo, aulas de culinária e pratos de restaurantes renomados.
Somados os seis dias, o Taste reuniu público de 50 mil, um recorde. No ano passado, por exemplo, foram 40 mil.
A novidade do último dia foi a chuva, que tornou barrentas e escorregadias as passagens. Após as gotas engrossarem, a organização ofereceu capas de chuva gratuitas, que trouxeram ao evento um desfile de plástico transparente.
Grama molhada e vento não impediram que o público voltasse a encher as aulas com os chefs do dia ou ocupar as filas para mais de 30 restaurantes.
Sob temperatura de 14 graus, a tradutora Célia Yamashita, de 58 anos, foi uma das visitantes que compareceu nos dois finais de semana. Ela diz que gostou bastante da experiência e, por isso, decidiu voltar. “Não deu tempo de aproveitar todos os restaurantes e experiências em um dia só”, conta.
O lugar favorito de Yamashita foi o Mocotó. O restaurante elaborou para o festival um menu com pratos exclusivos e clássicos da casa, como o baião de dois, que foi o mais vendido, segundo o chef Rafael Bernardoni, da equipe do Mocotó.
Na versão do evento, o baião combina purê de mandioca, abóbora assada com pimenta crocante, carne-de-sol e pipoca de queijo coalho. Outro prato popular entre os clientes foram dadinhos de mandioca.
O que mais impressionou Bernardoni foi o sucesso do Moco Mule, drinque da casa inspirado no clássico moscow mule. A tática de oferecer aos clientes uma caneca de alumínio em quatro cores na compra funcionou. “Foi uma ótima recepção do público”, diz o chef. “Tivemos muito trabalho.”
A baixa temperatura não atrapalhou a saída de pratos gelados. Na Carole Crema, o bolo de cacau com iogurte, de R$ 35, foi um dos mais pedidos, segundo a gerente Mayara Ferrari. Servido com calda de avelã quente e sorvete de nata, a guloseima teve 600 unidades vendidas ao longo do evento.
Outra novidade do último fim de semana foram os quiosques de casas que não haviam montado versão temporária, como o Metzi. Especializado em comida mexicana, ele trouxe seu spin-off, a Taqueria Atzi, aberta há dois meses.
“É um espírito mais descontraído e descolado da comida de rua”, afirma o chef Eduardo Ortiz, eleito o melhor de São Paulo pela Folha de S.Paulo, ao lado de Luana Sabino. “O mesmo taco que o cliente vai comer aqui ele come no restaurante. A diferença é o refinamento”.
O prato mais pedido do final de semana, segundo Ortiz, foi taco al pastor, de R$ 25, feito com carne de porco temperada com especiarias, além de cebolas e abacaxi.
Oferecidas em locais cobertos, as aulas eram os pontos mais seguros contra a chuva. No “Papo de Cozinha by Electrolux”, a chef Taiane Costa, do Sal da Terra Gastronomia, ensinou 36 pessoas a cozinhar nhoque de banana da terra.
A ideia, diz Costa, foi trazer um prato que pensasse os ingredientes de forma responsável, como ao utilizar cascas de limão para aromatizar molho branco ou folhas de bananeira como vasilhame.
Divididos em trios em um balcão, os inscritos combinaram elementos como queijo da canastra, creme de leite fresco e banana cozida para iniciar o prato. A empresária Nívia de Souza, de 46 anos, foi uma das participantes.
Sob as ordens da chef, Souza fez de tudo, desde rechear as bolinhas de nhoque a empratar tudo. “Gosto muito de aprender como fazer pratos e novas receitas”, diz.
Outro produto que ganhou protagonismo no clima foi o café. No estande da Nespresso, que deu 76 aulas de harmonização da bebida com drinques no evento, doses de café eram vendidas por entre R$ 2 e R$5.
O preferido do público foi o toccanto, fabricado com grão vindos da Nicarágua, com um perfil que se assemelha a frutas, como o abacaxi, e vinho.
Segundo Mônica Lopes, diretora de marketing da empresa, o objetivo era que o público aprendesse sobre as possibilidades de tomar café ao longo do dia, em qualquer lugar. E aconteceu, sob frio e chuva.
MATHEUS FERREIRA / Folhapress