Técnico anuncia demissão minutos após Brasil garantir vaga olímpica

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Renan Dal Zotto entregou o cargo de técnico da seleção brasileira masculina de vôlei após a vitória do Brasil sobre a Itália. O resultado classificou a equipe aos Jogos Olímpicos de Paris.

Renan vinha sendo pressionado no cargo por conta dos resultados do Brasil na Liga das Nações e no Sul-Americano. O treinador disse que sua decisão foi “familiar” e por “orientações médicas”.

Renan estava no cargo desde 2017, quando Bernardinho saiu, e conquistou a Copa dos Campeões em 2017, a Copa dos Campeões em 2019 e na Liga das Nações em 2021. Aliás, nesta última conquista o treinador não pôde estar em quadra devido a sua recuperação da covid-19.

No Maracanãzinho, neste domingo (8), entre o terceiro e o quarto set, houve gritos tímidos na arquibancada de “Fora, Renan”. O Brasil acabou vencendo a Itália no tie-break por 3 sets a 2.

Renan também revelou que a decisão estava tomada desde ontem (7), mas jogadores e comissão só ficaram sabendo após o jogo diante dos italianos. Entretanto, ainda seguirá ligado ao vôlei, porém afastado do comando da seleção.

Nesse momento, oficializo que estou me afastando do comando da seleção, com muito orgulho e, mais do que isso, eu comuniquei ontem para CBV e não falei com os jogadores, nem com a comissão técnica, porque eu não queria que absolutamente nada interferisse na cabeça desses atletas. O grupo estava muito fechado, um dando apoio para o outro, e a gente não sabia o que poderia influenciar, só queríamos jogar vôlei. Foi o que nós fizemos durante a competição e principalmente hoje, o pessoal focado bola a bola, focado na principal missão que era buscar esse título aqui no Pré-Olímpico, vaga para 2024. Renan Dal Zotto

O que mais Renan disse

Missão cumprida?

Sim, missão cumprida porque era a principal competição do ano de 2023. Eu gostaria que todo mundo entendesse o que é um processo. Quando a gente ficou em sexto lugar na Liga das Nações, esse moleque tinha 18, 19 anos, nós perdemos uma quartas de final, a Itália fez isso por dois anos, não chegou em pódio em nenhuma competição e hoje está aí, é atual campeão do mundo e olha o jogo que fez um jovem italiano. Então é um esporte assim, a gente precisa botar os garotos para jogar, e esse é o processo.

Trajetória. O que acontece?

Eu assumi em 2017 um desafio enorme no lugar do Bernardo, a seleção campeã olímpica. Bernardo é meu irmão, meu irmão de coração. Fizemos uma amizade, sou padrinho de casamento dele, ele é padrinho do meu casamento. E foi um desafio muito grande. De lá pra cá, foram uns seis anos, nós conquistamos a Copa dos Campeões em 2017, tricampeão sul-americano, vice-campeão mundial, bronze no Mundial ano passado, campeão da Copa do Muro, de forma invicta, outras copas, campeão. Vários resultados importantes, fiz uma DNL que eu comandei à distância do hospital, estava ali o dia a dia. Então, assim, depois de 2021, que eu passei por um problema muito grave de saúde, eu tinha pouco tempo pra me registrar.

Afastamento.

Hoje é uma decisão familiar, é uma decisão por orientação médica, eu preciso cuidar da minha saúde física e mental, pelo menos por enquanto, eu estou há mais de 50 anos no vôlei. Aqui é só o meu afastamento da seleção brasileira, do comando, não quer dizer que eu vou estar fora do vôlei porque o vôlei é minha vida. O vôlei me deu tudo que eu tenho, o desejo de viver, a felicidade, a energia que eu tenho e eu não posso nesse momento deixar o vôlei tirar de mim o que ele mais me deu. Vou dar um tempo para isso e vou retornar com certeza em outras funções, vou estar sempre à disposição do vôlei.

ALEXANDRE ARAUJO E ANA LÚCIA BERTOLINO / Folhapress

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