Técnico dispara e reclama sobre resultados do Brasil no boxe em Paris

PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Mesmo com uma medalha de bronze obtida por Bia Ferreira no feminino, o head coach do Time Brasil de boxe, Mateus Alves, não ficou nem um pouco satisfeito com o resultado dos brasileiros na modalidade até aqui. Muito incomodado após a derrota da atleta baiana na semifinal para a irlandesa Kellie Harrington, ele disparou, classificando o desempenho geral até aqui em Paris como “uma bosta”.

“Lógico, um esporte que até 2009 não pegou nada, tinha um bronze na história… Só que eu não aceito, uma medalha, para mim, é muito pouco, não vou aceitar. O Brasil não foi bem com o bronze? Foi uma bosta! E eu tenho que assumir como head coach. Fizemos um ciclo impecável. Campeão de todos os torneios, quatro medalhas mundiais. Então, se o time faz isso em três anos, tem que cumprir nos Jogos Olímpicos. E a equipe sucumbiu à pressão psicológica do jogo”, declarou Mateus Alves, head coach do Time Brasil de boxe

“ESSE NÃO É O 100% DA BIA”

Sobre o desempenho específico de Bia Ferreira na semifinal, Mateus Alves também não ficou satisfeito, e disse que a brasileira poderia ter lutado melhor. Além disso, deu um ultimato sobre a última luta de boxe do país em Paris, onde Jucielen Romeu enfrenta a turca Esra Yildiz na categoria até 57kg.

“Eu estou totalmente insatisfeito com a equipe masculina. A Bia fez a parte dela, mas também sentiu hoje muita pressão. Não lutou o 100%. Esse não é o 100% da Bia. E amanhã, a Jouce tem que garantir essa finalidade. Ou ganha, ou ganha”, reclamou Mateus.

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Estratégia errada de Bia: “A estratégia era deixá-la [irlandesa] encostar nas costas e bater durante os três rounds. O primeiro round não foi executado nessa estratégia. Isso não pode dar espaço a uma atleta grande, que boxeia no contra-ataque como ela. A estratégia é abafar. Eu falei com a equipe: ‘não posso subir e atirar golpe pela equipe’. A equipe não atirou golpe nos Jogos. Simplesmente o braço não saiu. Eu não posso subir no ringue e atirar golpe por eles.

Então assim, tem que sentar agora, reavaliar, ver o que aconteceu, porque é uma equipe que ganhou quatro medalhas mundiais. Ganhou o Panamericano em cima de Cuba, Estados Unidos, com o time completo. Não pode chegar aqui e não atirar golpe em cima do ringue. O boxe não pode vir para cá, pegar um bronze e achar que foi bom”.

Desabafo sobre falta de visibilidade: “Quantas pessoas acompanharam o nosso ciclo aqui? Eu duvido que alguém saiba quem foi campeão sul-americano do boxe aqui, ou pan-americano. Então, é uma modalidade que não tem visibilidade, não tem cobrança. Nós vivemos num mundo que eu chamo mundo das sombras midiático. A gente vai para um evento na Bulgária, que é fortíssimo, com 40 países, pega dois ouros, e não tem repercussão alguma, que é um evento considerado top 1 do mundo. Nos últimos seis meses, é uma mudança drástica de patrocínio, de mídia, de televisão, de repórter. Isso é diferente quando o cara sobe no ringue e começa a dar errado. Aquilo vem nas costas. Não é desculpa para perder, porque se tu quer visibilidade e dinheiro, tem que aprender a viver com a cobrança. Ponto. É isso. É que nem o futebol, perde e tem que se explicar”.

BEATRIZ CESARINI / Folhapress

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