Temos oportunidade de mudar a cara da justiça no Brasil, diz pai de Marielle

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Familiares de Marielle Franco (PSOL) e Anderson Gomes fizeram um ato em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro na manhã desta quarta-feira (30) antes do julgamento dos ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, réus confessos pela morte da ex-vereadora e do motorista.

Também participaram do ato familiares de pessoas mortas durante operações policiais nos últimos anos.

Na chegada ao Fórum, familiares de Anderson, os pais de Marielle, Marinete da Silva e Antonio Francisco, a irmã, ministra Anielle Franco (Igualdade Racial), e a filha Luyara Franco foram recebidos com gritos de “justiça”, pelos manifestantes.

“Eles não são Deus. Não podem tirar a vida de um ser humano e ficarem impunes. A palavra tão falada por nós, justiça, é o que queremos hoje”, disse Antonio Francisco.

“Hoje temos a oportunidade de mudar a cara da justiça no Rio de Janeiro e no Brasil.”

O júri começa a partir das 9h e deve se estender pela quarta e quinta. Foram selecionadas 21 pessoas e sete delas serão sorteadas para compor o júri. Os jurados ficarão incomunicáveis e vão dormir dentro do Tribunal de Justiça.

Sete testemunhas serão ouvidas pela Promotoria do Rio de Janeiro, entre elas a jornalista Fernanda Chaves, ex-assessora da vereadora que estava no carro com Marielle e Anderson. Outras duas foram selecionadas pela defesa de Ronnie Lessa.

Lessa, preso no Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo, e, Élcio, no Centro de Inclusão e Reabilitação em Brasília, serão ouvidos por videoconferência. Os dois firmaram acordo de delação e confessaram o crime.

O Ministério Público do Rio vai pedir pena máxima aos réus, que pode chegar a 84 anos de prisão. O acordo de Lessa prevê o cumprimento de pena em regime fechado até março de 2037. A reunião das penas nos 12 processos a que ele responde será feita pelo juízo de execução penal. Os detalhes do contrato de Élcio não são de conhecimento público.

Os irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão e o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa são réus no STF (Supremo Tribunal Federal), sob acusação de planejarem a morte da vereadora. Ele foram apontados como mandantes na delação de Lessa. Todos negam o crime.

“Para gente foi uma baita surpresa [a participação dos irmãos Brazão e de Rivaldo Barbosa no crime, segundo as investigações]. A gente reconhece o trabalho feito, mesmo com interrupções. A partir dos possíveis mandantes, entendemos as dificuldades de chegarmos até aqui”, disse a ministra Anielle Franco.

YURI EIRAS / Folhapress

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