Temperatura em São Paulo sobe até 5°C com massa de ar seco nesta quarta (24)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma massa de ar quente e seco ganha força entre quarta-feira (24) e sábado (27) e vai aumentar as temperaturas em áreas do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Essa massa de ar vai permanecer sobre as regiões por causa de um bloqueio atmosférico de alta pressão que impede a chegada de frentes frias. Como o tempo fica seco, a variação de temperatura ao longo do dia também tende a ser maior. Ela pode chegar a 18°C, 20°C ou 22°C em algumas das áreas afetadas pelo bloqueio de alta pressão, diz a Climatempo.

Assim, segundo a empresa, estados como São Paulo incluindo a capital-, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo vão enfrentar uma onda de calor até o começo de maio, com tempo de 3°C a 5°C mais quente do que a média.

Mas algumas áreas podem superar 5°C acima da média, como o oeste paulista, o sul mato-grossense, o sul de Goiás, o triângulo mineiro, o noroeste do Paraná e todo o estado de Mato Grosso do Sul.

Segundo com o Inmet, São Paulo terá máxima de 31°C nesta quarta, com uma queda a 26°C na quinta (25), chegando a 32°C no sábado.

Já Campo Grande (MS) pode chegar a 33°C nesta quarta, chegando a 34°C na sexta (26). Cuiabá (MT) tem máximas de 36°C e pode chegar a 37°C no sábado. No Paraná, Curitiba pode atingir máxima de 26°C nesta quarta, que cai a 22°C na quinta e pode chegar a 31°C no sábado.

Como o tempo fica seco, a variação de temperatura ao longo do dia também tende a ser maior. Ela pode chegar a 18°C, 20°C ou 22°C em algumas das áreas afetadas pelo bloqueio de alta pressão, diz a Climatempo.

A partir de domingo, segundo o Inmet, a área com temperaturas elevadas deve se reduzir, ficando concentrada em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.

Segundo a Climatempo, a onda de calor -a quarta do ano nas contas da empresa– deve se manter ao longo da primeira semana de maio. Já o Inmet não considerava, até terça, que o cenário poderia caracterizar uma onda de calor.

A expressão é usada pelo instituto para emitir alertas quando a previsão indica que as temperaturas, especialmente as máximas, devem ficar 5°C acima da média mensal pelo período de, no mínimo, dois a três dias consecutivos em uma determinada área.

De todo modo, são esperados dias secos, sem chuva e de céu aberto. No caso da cidade de São Paulo, a nebulosidade na quinta pode reduzir brevemente as temperaturas.

O céu claro é característico de dias quentes e secos porque a alta pressão atmosférica impede a formação de nuvens.

Segundo Micael Amore Cecchini, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, a Terra esquenta mais na linha do Equador, o que faz os ventos vindos de outras latitudes ao norte e ao sul do planeta subirem nessa região.

E já que sobem ali, a atmosfera se equilibra e os ventos descem em outras regiões, aumentando a pressão sobre elas. É o que contribui para a formação de zonas de alta pressão no Sul e no Sudeste brasileiros, perto do litoral. “Ela pode variar mais para norte ou para sul, dependendo da estação do ano, ou para leste ou oeste, mas está sempre ali.”

O segundo tipo de movimento, que pode ir para leste ou oeste é influenciado, por exemplo, pelo El Niño, que também altera a circulação de ventos quando há um aquecimento acima da média nas águas do oceano Pacífico equatorial.

Geralmente, essas zonas de alta pressão são rompidas com a chegada de frentes frias, que trazem umidade, causando chuva, e abrem caminho para massas de ar frio vindas do polo sul.

Mas quando ganham intensidade e ficam paradas sobre uma região, tendem a reforçar o bloqueio contra frentes frias, mantendo o ambiente quente e seco. Com regiões esquentando por dias consecutivos e sem chuvas para alivar o calor, as temperaturas sobem e podem caracterizar ondas de calor.

Com um planeta mais aquecido, diz Cecchini, a tendência é que eventos extremos sejam acentuados. “Se mudamos a configuração das temperaturas, também mudamos circulação da atmosfera, de tal modo que vão gerar, na maior parte das regiões habitadas, uma intensificação tanto de chuvas extremas quanto de secas extremas.”

LUCAS LACERDA / Folhapress

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