SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A deputada federal e candidata à Prefeitura de São Paulo Tabata Amaral (PSB) afirmou nesta quinta-feira (5) que terá apoio do presidente Lula (PT) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para governar.
A declaração aconteceu durante ciclo de sabatinas promovido por Folha de S.Paulo e UOL para tratar dos temas da cidade.
A mediação das entrevistas é de Fabíola Cidral, ao lado dos jornalistas Raquel Landim, do UOL, e Fábio Haddad, editor de Cotidiano da Folha de S.Paulo.
A afirmação da candidata foi feita após pergunta sobre como cumprirá promessas na segurança, que não são atribuição principal da prefeitura.
“Eu venho ressaltando muito que sou uma candidata independente, não sou nem do Lula nem do Bolsonaro. Eu também venho ressaltando que terei apoio do governo federal e do estado para governar. Inclusive, tanto o presidente Lula quanto o governador Tarcísio já foram questionados sobre isso e foram firmes em dizer: a Tabata vai contar com nosso apoio”, disse.
Entre suas propostas, Tabata prometeu também acabar com as cracolândias na cidade. “Meu compromisso é em quatro anos a gente colocar um fim em 72 cracolândias que temos na cidade. Me parece que uma dificuldade é a polarização, de enfrentar o bandido e o doente”, disse.
Em relação a GCM (Guarda Civil Metropolitana), Tabata se compromete a aumentar o efetivo em 1.000 novos guardas e precisa garantir que a gestão se reúna com a Polícia Civil, Polícia Militar e o comando da GCM.
“O maior número de chamados que a PM responde hoje é por ruído. Isso é atribuição da prefeitura”, diz ela que alega que a gestão de Ricardo Nunes (MDB) infla os números ao afirmar que têm mais de 270 fiscais da lei do PSIU.
Ela afirma que há denúncias que, na verdade, hoje apenas 10 fiscais fiscalizam as denúncias do PSIU. “Não é a toa que as pessoas levam as denúncias para a PM porque tem confiança maior. Temos compromisso de trazer maior efetivo de servidores.”
Tabata critica propostas de Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB), que prometem dobrar e triplicar, respectivamente, o efetivo da GCM. “São propostas mentirosas e irresponsáveis. Queros saber se vão fazer isso aumentando imposto ou que conta estão fazendo.”
Ela contesta e diz que fez as contas e que aumentar o efetivo em mil guardas custará R$ 1,5 bilhões para os cofres públicos. “Como vão duplicar ou triplicar?”
A candidata do PSB também fez outras propostas ambiciosas, como fazer 385 praças, dez parques de tamanho médio e cinco parques de tamanho grande. Ela afirmou que isso custaria R$ 1,65 bilhões, e disse que o dinheiro para a implantação do projeto poderia vir de financiamentos de países europeus interessados em combater as mudanças climáticas.
Tabata defendeu ainda a educação sexual nas escolas, mas ressaltou que o assunto deve ser feito com responsabilidade.
“É dizer para criança que ninguém pode tocar nas partes íntimas, que, se alguém tocar, você precisa avisar um adulto que confia”, disse.
Tabata Amaral é formada em ciência política na Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Iniciou carreira política em 2018, no PDT, quando foi eleita deputada federal com 264 mil votos. Migrou para o PSB e, em 2022, foi reeleita com 337 mil votos. Disputa o cargo de prefeita pela primeira vez.
Além dela, outros postulantes foram convidados. Pablo Marçal (PRTB) foi entrevistado na quarta-feira (4), e, na sexta-feira (6), Ricardo Nunes (MDB) será o sabatinado. Na semana seguinte, de 9 a 13, será a vez de Guilherme Boulos (PSOL), Altino Prazeres (PSTU), Ricardo Senese (UP), João Pimenta (PCO) e Marina Helena (Novo). A entrevista com Bebeto Haddad (DC) deve ocorrer em 16 de setembro.
Folha e UOL têm feito uma série de sabatinas com candidatos de todo o país. O ciclo de entrevistas foi iniciado em 10 de junho com os postulantes de Belo Horizonte e está sendo feito também em outras 17 cidades.
Além disso, Folha de S.Paulo e UOL promoverão debate com os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo. O encontro no primeiro turno será em 30 de setembro, às 10h. Caso haja segundo turno, haverá outro em 21 de outubro, também às 10h.
ARTUR RODRIGUES E ISABELLA MENON / Folhapress