Titãs execram Bolsonaro e Hitler em show com repertório clássico do grupo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Depois da segunda música, o público já gritava o nome dos Titãs no show da banda na edição deste ano do Lollapalooza Brasil. A banda de rock levou ao festival o show da turnê “Encontro”, que passou por estádios em capitais do país nos últimos meses.

A prática se repetiu ao longo de toda apresentação, que aconteceu depois do Kings of Leon, atração principal deste sábado (23) no festival. Bastava um aceno ao público para que o coro com o nome da banda voltasse a ecoar.

De 47 shows da atual turnê, este foi o primeiro em que a banda tocou em um festival. Apesar de grande parte da plateia ser mais jovem do que o habitual na turnê de encontro, a multidão que ocupou o palco Samsung Galaxy estava aberta ao repertório mais antigo do grupo.

Essa tem sido a marca deste show, que reúne Arnaldo Antunes, Nando Reis, Paulo Miklos e Charles Gavin, ex-integrantes dos Titãs, aos atuais, Tony Bellotto, Branco Mello e Sergio Britto. É a reunião quase completa da formação clássica da banda, com exceção de Marcelo Fromer, morto em 2001.

A primeira parte foi toda dedicada à fase punk e anárquica, incluindo “Diversão”, “Lugar Nenhum” e “Homem Primata”, entre outras. Antes de “Tô Cansado”, Branco Mello se dirigiu à plateia para falar sobre a felicidade de poder estar no palco do Lollapalooza após superar um câncer.

“Continuo me divertindo, falando, cantando, mesmo depois sei lá de quantas operações na garganta”, afirmou. Ele foi ovacionado e teve seu nome gritado pelas dezenas de milhares de presentes.

Mello cantou também, com a voz enrouquecida, “Não Sei Fazer Música” e “Cabeça Dinossauro”, faixa-título de um dos álbuns mais emblemáticos da fase clássica dos Titãs, nos anos 1980. Dessa época, o show teve “Igreja”, “O Pulso” e “Comida”, entre outras.

Essa fatia do repertório é uma lembrança da energia de inconformismo juvenil que deu o tom dos primeiros discos e colocou os Titãs entre os maiores do rock nacional. São as músicas com ataques às instituições –da igreja à família e ao estado, contra a desigualdade social e o capitalismo.

Em “Nome aos Bois”, lançada em 1987, no álbum “Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas”, Nando Reis incluiu o ex-presidente Jair Bolsonaro entre os ditadores, tiranos e personalidades citadas na música. A lista vai de Hitler a Doca Street.

LUCAS BRÊDA / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTICIAS RELACIONADAS