RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Os sinais já tinham sido dados, ainda que em meio a uma resposta sobre outro assunto. Tite alertava estar “ofegante” e “com uma pulsação um pouco maior do que o normal”. E bastou deixar aquela sala de coletiva no estádio Hernando Siles, em La Paz (BOL), que a falta de ar tomou conta e se misturou às dores no peito e palpitação. O técnico do Flamengo entrava ali em um quadro de arritmia cardíaca.
Tite recebeu um medicamento venoso e uma máscara de oxigênio ainda dentro do local. Quem presenciou a cena ficou assustado e preocupado. Ele foi atendido pelo médico rubro-negro Fernando Bassan, que acompanhava a equipe.
Foi Bassan quem assegurou o retorno de Tite juntamente com a delegação, descartando a ida para um hospital em terras bolivianas.
Ainda com o técnico debilitado, o ônibus rubro-negro foi apedrejado por torcedores do Bolívar, aumentando o caos. Porém, apesar da gravidade do fato -onde ninguém se feriu-, Tite conseguiu se manter calmo, dentro do possível.
Seu estado de saúde também não foi muito alardeado, algo que partiu também da postura do treinador. Tite foi acompanhado e monitorado pelo médico do Flamengo durante todo o trajeto do voo, de cerca de 3h40.
No desembarque no Rio, por volta das 7h, ainda tonto, chegou a parar para fotos. Logo em seguida, porém, já foi encaminhado diretamente para o hospital Copa Star, em Copacabana, na Zona Sul (RJ).
Por lá, os exames constataram uma “fibrilação atrial”. O técnico seguiu com medicamentos, e sua arritmia conseguiu ser revertida, o que fez com que os médicos do hospital descartassem uma ablação (espécie de cirurgia cardíaca).
Os médicos vetaram a participação de Tite na partida deste domingo, contra o Red Bull Bragantino, no Maracanã. O treinador está internado e a expectativa é a de que receba alta ainda neste sábado (24).
O Flamengo será comandado por Matheus Bacchi, seu filho e auxiliar. O retorno aos treinos no CT Ninho do Urubu está previsto para a próxima segunda-feira (26).
ALEXANDRE ARAÚJO E BRUNO BRAZ / Folhapress