SANTOS, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O lateral-esquerdo Hugo remou contra a maré e se firmou como titular do Corinthians.
Hugo lidou com a desconfiança desde a chegada ao Corinthians e precisou superar sua timidez para provar que tem potencial.
O lateral assinou pré-contrato ainda na gestão do ex-presidente Duilio Monteiro Alves e quase foi dispensado na gestão Augusto Melo. A multa no acordo pesou contra.
A contragosto, a atual diretoria efetivou a contratação, mas entendeu que ele apenas iria compor elenco. Na prática, porém, Hugo virou uma solução.
O Corinthians tentou contratar dois laterais canhotos, mas só conseguiu Diego Palacios e ficou com Matheus Bidu como alternativa a Hugo. Palacios se machucou logo na estreia e está no departamento médico desde então. Ele trata um problema de cartilagem no joelho.
Hugo esperava ter tempo para treinar, se adaptar e ganhar seu espaço aos poucos. A titularidade veio muito mais rápido que o imaginado, e a timidez foi um grande obstáculo.
Com Mano Menezes, Hugo se mostrou um jogador com medo de errar, tentando sempre fazer apenas o básico. A coragem aumentou sob o comando de António Oliveira. O treinador português vê Hugo como exemplo de resiliência no elenco.
“Ele é um exemplo da falta de paciência que as pessoas têm. Se eu olhasse as redes sociais, ele nunca jogava. As pessoas querem resultados para ontem, olham para os jogadores e não olham o contexto de onde vieram. Com todo o respeito ao Goiás, ele veio de lá e agora está no Corinthians, um dos maiores clubes do país. É persistindo, aprendendo, corrigindo, evidente que salta à vista a evolução, mais adaptado ao clube. Acredito muito nele, é um menino com potencial enorme”, disse António Oliveira em entrevista coletiva.
Quem convive com Hugo no dia a dia enxerga um novo jogador, em campo e principalmente fora dele, segundo apurou o UOL.
Hugo se sente de fato parte do Corinthians e está mais solto. No CT, conversa mais. Dentro das quatro linhas, faz movimentos que não fazia antes e parece cada vez mais perto do primeiro gol. Já são três assistências no ano.
Palacios está perto do retorno, mas o Corinthians vê Hugo como titular. António Oliveira quer que essa “sombra” faça bem ao atual titular e vai estimulá-lo a ser ainda mais competitivo (e menos tímido).
LUCAS MUSETTI PERAZOLLI / Folhapress