Todos a bordo de avião que levava vice do Maláui estão mortos, diz presidente

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O avião que transportava o vice do Maláui, Saulos Klaus Chilima, 51, foi encontrado, mas o político e as outras nove pessoas que estavam a bordo estão mortas, afirmou o presidente do país africano, Lazarus Chakwera, nesta terça-feira (11), durante um discurso à nação.

“As equipes de busca e resgate localizaram o avião perto de uma colina. Ele foi encontrado completamente destruído, sem sobreviventes. Todos os passageiros a bordo morreram instantaneamente”, afirmou Chakwera. “Estou profundamente entristecido.”

Entre os passageiros estava a ex-primeira-dama do país, Shanil Dzimbiri.

A aeronave era procurada em um raio de 10 quilômetros na Floresta Chikangawa desde segunda (10), quando desapareceu. O veículo militar partiu da capital, Lilongwe, às 9h17 locais desta segunda, e iria até a cidade de Mzuzu, mas não conseguiu pousar no aeroporto às 10h02, conforme programado, devido à baixa visibilidade.

A comitiva viajava à cidade no norte do país para o velório de Ralph Kasambara, ex-ministro da Justiça e procurador-geral. Tentativas de entrar em contato com a tripulação não tiveram sucesso depois que o avião saiu do radar.

Durante as buscas, o governo do Maláui pediu ajuda para países vizinhos, bem como para os Estados Unidos, Reino Unido, Noruega e Israel.

Figura política carismática e de discurso severo, Chilima era popular no Malawi, especialmente entre os jovens, segundo a agência de notícias AFP.

De acordo com o site do governo, o político é vice-presidente do Maláui desde 2014, quando foi eleito para o cargo pela primeira vez ao lado do ex-presidente Peter Mutharika. Antes de ganhar destaque na política, Chilima teve experiência no setor privado em empresas como Unilever e Coca-Cola, além de ter chegado a chefiar a rede de telecomunicações Airtel Malawi.

Sua formação acadêmica inclui um doutorado em gestão do conhecimento pela Universidade de Bolton, na Inglaterra, e um mestrado em economia pela Universidade do Maláui, ainda segundo o site do governo.

Chilima era cotado para ser o candidato à presidência nas próximas eleições, marcadas para 2025. O político era de um partido distinto ao do atual presidente —eles se aliaram nas eleições de 2020 para vencer o pleito.

Em 2022, no seu segundo mandato, ele foi suspenso de seu cargo após ser acusado em um escândalo de contratação pública no qual sempre negou participação. Chilima chegou a ser preso, mas os tribunais retiraram as acusações contra ele em maio, o que lhe permitiu retomar suas funções.

O Maláui tem 20 milhões de habitantes e faz fronteira com Moçambique, Zâmbia, e Tanzânia, e é um dos países menos desenvolvidos do mundo, com um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0.508, na 172ª posição de 192 países —o Brasil marca 0.760, ocupando a 89ª posição.

Redação / Folhapress

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