SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O torcedor morto durante uma emboscada de torcedores do Palmeiras contra os do Cruzeiro na madrugada deste domingo (27) na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na Grande São Paulo, sofreu queimaduras pelo corpo.
A informação foi dada pela Polícia Rodoviária Federal, responsável pelo atendimento da ocorrência.
José Victor Miranda, 30, que morava em Sete Lagoas (MG), chegou a ser socorrido em um hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Ainda segundo a PRF, 18 pessoas ficaram feridas e foram atendidas por equipes do Corpo de Bombeiros e do serviço de emergência da concessionária.
O Ministério Público afirmou acompanhar o caso. O Gaeco, grupo responsável por investigar o crime organizado, foi acionado após pedido do procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa.
Segundo a Promotoria, a torcida palmeirense passa a ser tratada como organização criminosa.
A briga ocorreu por volta das 5h, altura do km 65 da rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, região metropolitana de São Paulo.
O ônibus da Máfia Azul (torcida do Cruzeiro) foi interceptado pela Mancha Verde (Palmeiras). O caso, que ocorreu no sentido Belo Horizonte, foi um revide a um confronto entre eles, em setembro de 2022, na mesma rodovia, mas em solo mineiro. Naquela ocasião, entre os agredidos estava o atual presidente da Mancha, Jorge Luis.
No ataque deste domingo, a torcida do Cruzeiro voltava de um jogo contra o Athletico Paranaense, em Curitiba. O Palmeiras havia jogado contra o Fortaleza, na capital paulista.
Renan Bohus advogado dos torcedores cruzeirenses, disse que eles estavam dormindo no momento do ataque praticado pela Mancha Verde.
“Os torcedores rivais jogaram pregos na via e quando o ônibus parou eles arremessaram coquetel molotov, rojão, várias bombas. Invadiram o ônibus com pedaços de pau e agrediram as pessoas.
De acordo com a PRF, os policiais assim que chegaram ao local do confronto encontraram espalhados pelo chão objetos usados para furar pneus, conhecidos como miguelitos, fogos de artifícios e bombas caseiras.
Um dos ônibus utilizados pelos cruzeirenses foi incendiado. Um segundo, depredado. Imagens que circulam nas redes sociais mostram o ônibus em chamas. Os vídeos também registraram o momento que torcedores mesmo feridos são agredidos.
Os torcedores mineiros prestaram depoimento em uma delegacia da Polícia Civil em Mairiporã e foram liberados para seguir viagem. Dois ônibus foram providenciados para realizar o transporte dos torcedores. A escolta será realizada pela PRF.
PAULO EDUARDO DIAS / Folhapress