Traficante Peixão é indiciado sob suspeita de ordenar ataque em vias expressas do Rio

ARIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil indiciou Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, chefe do TCP (Terceiro Comando Puro) no Rio de Janeiro, sob a suspeita de homicídio qualificado, organização criminosa armada e associação para o tráfico.

Ele é apontado como mandante do ataque a tiros que matou três pessoas e feriu outras três durante uma operação ocorrida em outubro de 2024.

De acordo com a investigação, conduzida pelas delegacias de Homicídios da capital e da Baixada Fluminense, o objetivo do atentado era impedir o avanço de forças de segurança na zona norte da cidade.

A reportagem não localizou a defesa de Peixão.

Segundo a polícia, os disparos foram direcionados, de propósito, a pontos estratégicos como a avenida Brasil, a Linha Vermelha e a rodovia Washington Luiz, principais acessos da capital fluminense.

As três vítimas morreram com tiros na cabeça. O ataque, considerado um ato de terrorismo pelo governador Cláudio Castro (PL), paralisou a circulação de trens, bloqueou a avenida Brasil por cerca de duas horas e afetou ao menos 20 linhas de ônibus.

Além de Peixão, outros quatro integrantes do TCP foram indiciados. Os inquéritos apontam que crimes como homicídios só ocorrem com a autorização direta das lideranças da facção. Os documentos foram encaminhados ao Ministério Público.

Peixão fundou o Complexo de Israel em 2021, durante a pandemia, aproveitando a suspensão de operações policiais nas favelas. Autointitulado traficante evangélico, ele ligou as comunidades da região com passarelas -a maior sobre o rio Pavuna- e nomeou seu grupo Tropa do Arão, referência ao personagem bíblico que liderou o povo hebreu ao lado de Moisés.

Com base no histórico da polícia, o primeiro registro criminal em nome de Peixão remonta a 2012, com o homicídio de dois homens em Parada de Lucas. Desde então, passou a controlar áreas com práticas típicas de milicianos, como a cobrança de taxas de comerciantes e moradores.

ALÉXIA SOUSA / Folhapress

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