BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – O apresentador de TV e deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) lidera isolado as intenções de voto para a Prefeitura de Belo Horizonte, ao ser citado por 27% dos eleitores. É o que aponta pesquisa Datafolha realizada nos dias 20 e 21 de agosto e que ouviu 910 pessoas na capital mineira.
A margem de erro é de três pontos percentuais, e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi contratada pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo.
Tramonte, que ficou 16 anos à frente do programa Balanço Geral, da Record, reúne em torno de sua candidatura apoiadores que até então eram considerados rivais, como o governador Romeu Zema (Novo) e o ex-prefeito Alexandre Kalil (Republicanos).
De acordo com o levantamento, cinco candidatos estão empatados tecnicamente na segunda posição. O senador licenciado Carlos Viana (Podemos) pontua 12%. Na sequência, aparecem três nomes que foram citados por 10% dos eleitores: o deputado estadual Bruno Engler (PL), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a deputada federal Duda Salabert (PDT) e o atual prefeito da cidade, Fuad Noman (PSD).
O deputado federal Rogério Correia (PT), apoiado pelo presidente Lula (PT), marca 7% e também está empatado tecnicamente no segundo lugar, de acordo com o instituto.
Na sequência, aparecem o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (MDB), que pontua 3%, e Wanderson Rocha (PSTU), com 1%. Ambos estão empatados tecnicamente com o candidato petista, embora uma igualdade nos limites da margem de erro seja considerada improvável.
Lourdes Francisco (PCO) e Indira Xavier (UP) foram citados pelos entrevistados, mas não atingiram 1%.
No total, 10% dos ouvidos pretendem votar em branco ou nulo, enquanto a fatia de indecisos é de 9%.
Na pesquisa Datafolha anterior sobre as eleições da capital mineira, feita no início de julho, Mauro Tramonte aparecia empatado tecnicamente na liderança com João Leite (PSDB), que não seguiu adiante com a candidatura –o partido está na chapa do prefeito Noman. Em razão disso, as duas pesquisas não são comparáveis.
Na pesquisa espontânea, aquela em que os entrevistadores do instituto não apresentam os nomes dos candidatos ao eleitor, Tramonte também aparece à frente, com 8% (eram 4% em julho). Também foram citados Engler, com 5% (tinha 3%), Salabert, por 4% (tinha 2%), Correia, por 4% (tinha 3%), Noman, com 4% (tinha 3%), e Viana e Gabriel, mencionados por 1% cada um. Há ainda 1% disse que irá votar “no atual prefeito”.
Neste levantamento, 64% não souberam responder (eram 73% em julho), e 6% indicaram que votariam em branco ou nulo.
Tramonte também aparece à frente no conhecimento dos eleitores sobre os candidatos a prefeito, sendo conhecido por 90% –muito bem por 35%, um pouco por 28% e 26% só de ouvir falar. Ele é acompanhado de perto por Carlos Viana, conhecido por 85%.
O prefeito Fuad, que era desconhecido para quase metade (48%) da população belo-horizontina na última pesquisa, agora é conhecido por 59% (ante 52% na pesquisa anterior). Em patamares semelhantes de conhecimento estão Salabert (58%) e Correia (57%). Os outros candidatos são desconhecidos para a maioria do eleitorado.
Quando questionados sobre como avaliam a gestão de Fuad, 28% dos eleitores afirmaram que ela é boa ou ótima, uma variação de 4 pontos percentuais ante a pesquisa de julho. A avaliação ruim ou péssima se manteve estável, com 21%, e a regular oscilou de 45% para 46%. Entre os ouvidos, 5% disseram não ter opinião (eram 10% na pesquisa anterior).
Na pesquisa desta semana, os eleitores também foram perguntados sobre o desempenho do prefeito em relação às suas expectativas. A maioria (64%) avalia que Fuad fez menos pela cidade do que era esperado; 19% disseram que sua atuação está em linha com a expectativa, e 9% afirmaram que está acima do esperado. E 9% não opinaram.
Noman assumiu o cargo no fim de março de 2022, quando Kalil deixou a prefeitura para concorrer ao governo do estado. No início de julho, ele anunciou que foi diagnosticado com um linfoma não Hodgkin e disse ter excelente prognóstico do sucesso do tratamento.
O Datafolha também ouviu nos últimos dias a intenção de comparecer às urnas em outubro, sendo 10 a maior probabilidade de ir votar e 0 a menor probabilidade. No total, 35% dos entrevistados em Belo Horizonte atribuíram nota baixa, de 0 a 3, enquanto 30% disseram estar muito motivados para ir votar, com notas de 9 ou 10.
As pesquisas eleitorais são um retrato da intenção de voto dos eleitores no momento em que as entrevistas são feitas, e não uma projeção do resultado, que só será conhecido no dia do pleito, com a apuração oficial. O primeiro turno está marcado para 6 de outubro.
ARTUR BÚRIGO / Folhapress