SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O transporte aquático na represa Billings foi inaugurado em São Paulo com dois barcos. Às 10h desta segunda-feira (13), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) esteve na primeira viagem oficial, ao lado de vereadores.
A embarcação deles única com ar-condicionado, banheiro e 50 lugares partiu do terminal Cantinho do Céu, no extremo sul da capital, rumo ao terminal Parque Mar Paulista, em Pedreira, na mesma região.
Outra barca operante era menor, com 30 lugares e janelas pequenas que permitiam a entrada do mau cheiro vindo da represa. Esgoto de várias ocupações irregulares é jogado nela.
A rota dura 17 minutos. De ônibus, levaria, em média, 1 hora e 20 minutos, segundo a gestão municipal.
Moradores disseram à Folha de S.Paulo que a conta é exagerada. “São 40 minutos, no máximo. Aqui não é o fim de mundo”, declarou Francisco Venâncio, 48. O soldador, porém, afirmou estar contente com a possibilidade de fazer o percurso pelas águas.
“A ideia é melhorar a vida da população que precisa acessar a região de Santo Amaro”, disse Nunes em sua tumultuada chegada ao evento. Dezenas de cidadãos se aglomeravam nas margens da represa para saudar ou xingar o candidato à reeleição neste ano.
Pedreira, o ponto final do transporte aquático, fica a 13 km de Santo Amaro.
Para chegar lá, ao sair do terminal Parque Mar Paulista, os usuários precisam ainda pegar um ônibus, oferecido como integração para quem possui bilhete único. O percurso dura 30 minutos, aproximadamente.
A linha 627M-10, até o terminal Santo Amaro, é a única opção de transporte público na área de desembarque dos barcos.
“Só vale a pena para quem vai até Santo Amaro mesmo, né? E olhe lá. Eu prefiro ir de trem”, avaliou a diarista Rosângela Santos, 40. Ela esteve na mesma embarcação utilizada pelo prefeito nesta manhã.
Na fase de teste, o barco deverá rodar das 10h às 16h, com capacidade reduzida. Essa fase poderá durar seis meses.
SUSPENSÃO
A inauguração do transporte aquático estava prevista inicialmente para 27 de março, mas acabou adiada por uma decisão da Justiça. A suspensão havia ocorrido porque a operação de barcos seria feita pela empresa Transwolff, que é investigada por suposta ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e por isso está sob intervenção da gestão municipal desde abril.
Além dos problemas com a Transwolff, o Ministério Público também pediu a suspensão da operação. O órgão alegou que a prefeitura deveria elaborar mais estudos sobre o impacto ambiental do projeto na represa Billings.
Uma liminar foi concedida no fim de março impedindo a inauguração do serviço.
BRUNO LUCCA / Folhapress