Treasuries recuam e dão alívio ao mercado, mas conflito entre Israel e Hamas ainda pesa

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os chamados “treasuries”, estão despencando e dando alívio ao mercado nesta manhã, após autoridades do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) terem sinalizado que o aperto de juros no país pode ter chegado ao fim.

Depois de terem atingido seus níveis mais altos em 16 anos, os rendimentos dos títulos de dez anos americanos caíram 0,18 ponto percentual nesta manhã, para 4,62%, em sua maior queda diária desde março, com a retomada das negociações após um feriado na segunda (9). Os rendimentos de dois anos também recuam, chegando a cair até 0,16 ponto.

A queda dos treasuries tende a beneficiar ativos de risco em todo mundo pois reduzem os retornos da renda fixa americana, diminuindo sua atratividade e, consequentemente, fazendo investidores alocarem seus recursos em outros mercados, como a renda variável e países emergentes.

Apesar disso, o conflito entre Israel e Hamas ainda pesa sobre os negócios, e as Bolsas americanas caminham para começar o dia em alta moderada. Em momentos de incerteza econômica, investidores costumam alocar seus recursos em papéis mais seguros, como forma de proteção. Esse é o caso dos treasuries, que são considerados o investimento mais seguro do mundo.

Assim, o impacto positivo da queda dos títulos nesta manhã é limitado.

Já no Brasil, a Bolsa registrava alta mesmo em dia de declínio das commodities no exterior, que costumam penalizar suas maiores empresas: a Vale e a Petrobras. O dólar, por sua vez, caía ante o real, acompanhando o movimento global de depreciação da divisa justamente por conta da queda dos treasuries.

Às 10h31, o Ibovespa subia 0,54%, aos 115.780 pontos, enquanto o dólar caía 0,70%, cotado a R$ 5,094.

Na segunda, os mercados globais começaram o dia em queda, com a aversão ao risco ditando o tom dos negócios após a eclosão do conflito no Oriente Médio.

Os discursos de autoridades de alto escalão do banco central dos EUA, no entanto, se sobrepuseram aos temores, e os ativos garantiram um dia positivo ao longo do dia.

O vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, também aumentaram o otimismo no mercado. O diretor afirmou que a autoridade monetária deve “proceder com cautela” em suas próximas decisões de juros, destacando a disparada recente nos treasuries americanos.

Ele afirmou, ainda, que as autoridades precisam equilibrar riscos de não apertar o suficiente e de ser restritiva demais.

Seus comentários alinharam-se com os da presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan, que também na segunda observou que condições financeiras mais restritivas atuais poderiam fazer com que o banco central americano promova um aperto monetário menor.

As falas deram alívio a investidores, que temem uma nova alta nas taxas americanas neste ano. Agora, analistas veem a probabilidade de as taxas de juro permanecerem inalteradas em novembro e dezembro em cerca de 86% e 72%, respectivamente, de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group.

Com isso, as Bolsas americanas fecharam em alta, assim como o Ibovespa, no Brasil, que também foi impulsionado pela alta do petróleo no exterior. Já o dólar registrou queda ante o real.

Redação / Folhapress

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