Tribunal conclui que ex-prefeito de NY mentiu à Justiça ao defender Trump e cassa seu direito de advogar

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-prefeito de Nova York Rudolph W. Giuliani, 80, perdeu sua licença para advogar no estado da cidade que administrou nesta terça-feira (2), após um tribunal de apelações concluir que ele mentiu ao argumentar que a eleição presidencial de 2020 foi roubada de seu cliente, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

O veredito é mais um capítulo da queda de um advogado que, no passado, colocou-se como um defensor da lei e da ordem, desafiou chefes da máfia e operadores de Wall Street e se tornou um herói nacional para muitos moradores após os ataques terroristas de 11 de setembro, no final de seu mandato à frente da cidade.

Além de ter entrado com um pedido de falência, o republicano enfrenta acusações em dois estados em casos eleitorais e deve US$ 148 milhões (quase R$ 840 milhões) a dois funcionários eleitorais da Geórgia devido à sentença de um processo de difamação.

Agora, o tribunal estadual retirou sua licença para advogar no estado de Nova York após constatar que Giuliani, advogado pessoal de Trump em um dos casos que o republicano enfrentou, “atacou sem fundamento e minou a integridade do processo eleitoral” dos EUA, além de ter contribuído “para as tensões nacionais que se seguiram à eleição presidencial de 2020, pelas quais ele é totalmente impenitente”.

Giuliani, que nos anos 1980 atuou como procurador dos EUA em Manhattan, estava proibido de exercer a advocacia no estado de Nova York desde 2021, após uma multidão de apoiadores de Trump invadir o Capitólio dos EUA, no dia 6 de janeiro daquele ano. Na ocasião, a Justiça concluiu que Giuliani havia tentado enganar juízes, legisladores e o público na condução da defesa de Trump.

O advogado foi um dos principais defensores de alegações falsas de que a derrota de Trump para o democrata Joe Biden em 2020 foi resultado de uma fraude eleitoral generalizada. O tribunal citou as alegações falsas de Giuliani sobre pessoas mortas votando em estados decisivos e manipulação de votos por funcionários eleitorais em uma instalação na Geórgia.

Ao jornal The New York Times, Barry Kamins, advogado de Giuliani, disse que seu cliente estava “obviamente desapontado com a decisão”. “Estamos avaliando nossas opções de apelação”, afirmou ele. Em outras oportunidades, o republicano argumentou que acreditava em suas declarações quando as proferiu e que as acusações éticas violavam sua liberdade de expressão.

Redação / Folhapress

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