BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – A troca de acusações que marca a reta final do segundo turno em Belo Horizonte entre Fuad Noman (PSD) e Bruno Engler (PL) fará com que o horário eleitoral gratuito, que terminaria nesta sexta-feira (25), seja estendido para o sábado (26).
Os dois candidatos tiveram direitos de resposta deferidos pela Justiça Eleitoral nos últimos dias de campanha. Como não houve tempo hábil para veicular as peças durante a programação, elas serão transmitidas, de maneira excepcional, na véspera do pleito.
O atual prefeito da capital mineira conseguiu na última quinta-feira (24) direito de resposta nos cinco minutos de cada um dos dois blocos de propaganda de Engler que seriam transmitidos em rádio e TV nesta sexta.
A Justiça considerou que uma peça veiculada pelo candidato do PL confundia e desinformava o eleitor ao associar ao prefeito um contrato de concessão de transporte público municipal no qual ele não teve participação.
Não houve, porém, tempo hábil para a veiculação do inteiro teor do direito de resposta nos programas desta sexta. A Justiça determinou que a resposta também seja divulgada neste sábado, em inserções de um minuto cada uma, em grade extra.
Segundo a campanha de Fuad, serão sete inserções nas TVs e dez nas rádios.
Já Engler também conseguiu nesta sexta um direito de resposta a ser exibido no dia seguinte ao previsto para o fim da propaganda eleitoral. O alvo é uma propaganda de Fuad que afirma que o deputado estadual foi “condenado ou punido” 28 vezes.
De acordo com a Justiça, a contagem das condenações não foi devidamente esclarecida na propaganda de rádio, e Engler terá direito de resposta de um minuto em inserção na Rádio Alvorada no sábado de manhã.
A Justiça também determinou nesta sexta a exclusão das redes sociais de um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL), apoiador de Engler, e que tem 11 milhões de seguidores em apenas um perfil.
O congressista repetiu ataques do entorno do candidato do PL ao dizer que o livro de ficção “Cobiça”, escrito por Fuad e publicado em 2020, é “pornográfico” e faz apologia ao estupro.
Nikolas também mostrou livros como “Diário de uma Mãeconheira” e “Satã Amigo das Crianças Boas”, que foram expostos em uma feira de quadrinhos em evento promovido neste ano pela prefeitura e que teve excursões de escolas.
A defesa do prefeito afirmou que o manual de expositor exigia classificação etária e determinava que “material impróprio para menores de idade” ficasse “inacessível aos mesmos, devendo ser comercializado somente para adultos e em embalagem opaca lacrada com advertência sobre o conteúdo”.
O juiz determinou a exclusão do vídeo das redes sociais do deputado e disse que o evento é realizado na cidade desde 1999 sem relatos de violação aos direitos da criança e do adolescente.
“É desinformação vincular o livro a uma feira de quadrinhos em que teria havido disponibilização de conteúdo adulto para crianças”, disse a decisão.
ARTUR BÚRIGO / Folhapress
