RECIFE, PE (FOLHAPRESS) – O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, falou ao telefone com o presidente russo Vladimir Putin na quinta-feira (7). Eles conversaram sobre a guerra na Ucrânia, segundo informações divulgadas pelo Washington Post neste domingo (10).
De acordo com o jornal, Trump aconselhou Putin a não escalar a Guerra da Ucrânia e lembrou-lhe da “significativa presença militar de Washington na Europa”.
Trump, que conversou com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, na quarta-feira (6), mesmo dia de sua vitória, afirmou diversas vezes ser capaz de pôr fim à guerra da Ucrânia “em 24 horas”.
Analistas argumentam que a declaração sinaliza a intenção do presidente eleito de pressionar Kiev a abrir mão de território ocupado pela Rússia em nome do fim das hostilidades. O republicano foi eleito com um discurso contrário ao alto custo financeiro do apoio militar a Kiev oferecido por Biden desde o início da invasão, em fevereiro de 2022. Além disso, fez diversos comentários elogiosos a respeito do presidente da Rússia, Vladimir Putin ao longo dos anos.
Na sexta-feira (8) -depois, portanto, da suposta ligação entre Putin e Trump-, o Kremlin disse estar disposto a discutir o conflito com o presidente eleito, mas que não pretendia alterar suas exigências para o fim da guerra, que incluem exigir que a Ucrânia desista de se juntar à Otan, a aliança militar ocidental, e retire suas tropas das quatro regiões ucranianas anexadas ilegalmente pela Rússia.
Kiev rejeita os termos, e afirma que a paz só poderá ser alcançada depois que Moscou desocupar as quatro regiões e, o mais complicado, deixar a península da Crimeia, que ocupa desde 2014, antes da guerra.
Na próxima quarta-feira (13), o presidente dos EUA, Joe Biden, receberá Donald Trump na Casa Branca. O conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, afirmou que Biden, grande apoiador da Ucrânia, utilizará a ocasião para apelar a Trump que não abandone o país invadido.
“O presidente terá a chance de explicar ao presidente Trump como ele vê as coisas, onde estão, e falar com o presidente Trump sobre como ele está pensando em lidar com essas questões quando assumir o cargo”, disse Sullivan à CBS News.
Ele acrescentou que o democrata ainda “terá a oportunidade nos próximos 70 dias de apresentar o caso ao Congresso e à administração que entrará de que os EUA não devem abandonar a Ucrânia, que fazer isso significa mais instabilidade na Europa”.
Quando perguntado se isso significa que Biden pedirá ao Congresso para aprovar mais financiamento para a Ucrânia, Sullivan se absteve.
“Não estou aqui para apresentar uma proposta legislativa específica. Biden defenderá que precisamos de recursos contínuos para a Ucrânia além do final de seu mandato.”
Redação / Folhapress