BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos, cuja votação terminou no último dia 5, mostra-se ampla também se analisada a partir das conquistas de condados pelo país. O republicano venceu ou estava à frente da democrata Kamala Harris em mais de 85% deles até esta terça-feira (12).
Os condados são a primeira subdivisão administrativa dos estados, e seu número varia em cada unidade federativa.
O êxito maiúsculo de Trump, que conquistou todos os sete estados-pêndulo (cujas pesquisas apontavam empate técnico), mostrou-se espraiado, mesmo onde ele não levou os votos do Colégio Eleitoral.
Segundo análises do jornal americano The New York Times e do britânico The Guardian, o presidente eleito ampliou sua margem em condados solidamente republicanos e em locais acirrados. Além disso, Kamala teve um desempenho abaixo do esperado em regiões conhecidas como fortalezas democratas, onde Trump diminuiu a diferença de votos, como na Califórnia, terra de Kamala.
A somatória dos votos em cada um dos condados indica o vencedor de cada estado, que leva todos os delegados do Colégio Eleitoral daquela unidade federativa.
De acordo com o New York Times, em 85 condados considerados urbanos, o Partido Republicano aumentou sua margem em 5,2 pontos percentuais de 2020 a 2024. Em áreas suburbanas, essa mudança foi de 4,3 pontos. Trump também foi muito bem em condados majoritariamente rurais, em oposição a um resultado melhor dos democratas em grandes cidades.
Outro recorte demográfico de condados analisado pelo jornal americano considera os locais em que mais de 25% da população é de origem latina. Segundo a análise do New York Times, os 228 condados considerados nesta classificação registraram aumento médio de 9,5 pontos percentuais, de 2020 a 2024, no apoio ao republicano.
Movimento semelhante aconteceu em 290 condados em que mais da metade da população é negra, grupo social que costuma votar mais em democratas. Confirmando a mudança de tendência observada por alguns analistas, Trump recebeu 6,9 pontos percentuais a mais na comparação entre 2020 e 2024.
Redação / Folhapress