SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, deve escolher o senador pela Flórida Marco Rubio como secretário de Estado, disse nesta segunda-feira (11) o jornal americano The New York Times. A posição, equivalente a ministro das Relações Exteriores no Brasil, é um dos cargos mais poderosos e influentes em Washington.
De ascendência cubana, Rubio chegou a ser cotado para vice da chapa de Trump, mas acabou perdendo a disputa interna para o senador por Ohio J.D. Vance. Agora, será o chefe da diplomacia americana em um momento no qual os EUA se encontram envolvidos em duas guerras -apoiando Israel no Oriente Médio e a Ucrânia contra a Rússia- que Trump prometeu encerrar rapidamente.
Senador desde 2010, Rubio, 53, tem posições linha-dura em relação a dois dos principais adversários dos EUA no mundo, o Irã e a China. Como neto de exilados cubanos, também é firmemente contrário qualquer normalização de relações com Cuba e crítico frequente do regime de Nicolás Maduro na Venezuela.
No Senado, Rubio pressionou o governo Biden a ser mais agressivo contra a China, pedindo um embargo completo contra a empresa de tecnologia Huawei. Também disse em entrevistas recentes que a Ucrânia precisa negociar uma paz com a Rússia, e não tentar recapturar seu território à força.
“Não estou do lado da Rússia, mas infelizmente a realidade da coisa é que a guerra da Ucrânia só vai acabar de forma negociada”, disse o agora secretário de Estado à emissora NBC em setembro. Além disso, Rubio foi um de 15 senadores republicanos a votar contra o repasse de US$ 95 bilhões (cerca de R$ 540 bilhões) em equipamento militar à Ucrânia aprovado pelo Congresso em abril deste ano.
A posição recente destoa do histórico anterior de Rubio, favorável a intervenções armadas dos EUA ao redor do mundo. Ao mesmo tempo, reflete a metamorfose do Partido Republicano em um partido cada vez mais isolacionista, posição favorecida por Trump, Vance e uma série de parlamentares mais jovens da legenda.
Também nesta segunda, a imprensa americana informou que Trump escolheu o deputado Michael Waltz, da Flórida, para ser seu conselheiro de Segurança Nacional, posição hoje ocupada por Jake Sullivan e responsável pela formulação de políticas de segurança nacionais e internacionais.
O conselheiro de Segurança Nacional também pode atuar como espécie de enviado de alto nível do presidente dos EUA a outros países. Ex-militar, Waltz é conhecido por posições duras contra a China e é crítico da Otan, a aliança militar entre os EUA e países europeus.
VICTOR LACOMBE / Folhapress