TV a cabo perde força no Brasil, prejuízos do calor e o que importa no mercado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – TV a cabo perde força no Brasil, prejuízos do calor e outros destaques do mercado nesta sexta-feira (10).

**STREAMING SUPERA TV PAGA NO BRASIL**

As casas brasileiras assinam mais plataformas de streaming do que TV a cabo. É o que mostram os dados divulgados nesta quinta (9) pelo IBGE, em pesquisa feita no fim de 2022.

EM NÚMEROS

– 43,4% das casas com aparelhos de TV no Brasil em 2022 tinham serviços pagos de streaming de vídeo. O recorte correspondia a 31,1 milhões de lares.

– 27,7% dos domicílios com televisor tinham acesso aos serviços de TV por assinatura. A proporção correspondia a 19,8 milhões de endereços.

Esta é a primeira vez que o instituto analisa os números relacionados ao streaming, então não há comparação com anos anteriores. A TV por assinatura, por outro lado, vem caindo. Em 2016, ela estava presente em 33,9% dos domicílios com televisor.

Mesmo em queda, o modelo de negócios da TV paga tem servido de inspiração para os serviços de streaming, que buscam maneiras de rentabilizar sua base de assinantes. São exemplos disso:

– Os anúncios veiculados antes e durante as produções nos planos mais baratos;

– A restrição ao compartilhamento de senha com pessoas de outras casas, que começou com a Netflix e deve ser seguida pelas rivais;

– Os acordos para a compra de direitos de transmissão de eventos esportivos –a Amazon, por exemplo, já transmite a Copa do Brasil no Prime e deve ficar com algumas partidas do Brasileirão a partir de 2025.

A diferença está no tipo de conteúdo que o streaming oferece –personalizado, em que a IA (inteligência artificial) se adapta ao gosto dos usuários. Na TV por assinatura, o espectador precisa ficar zapeando os canais para encontrar aquilo que lhe agrada.

Outro número que ajuda a entender o crescimento do streaming no país está na proporção de domicílios com TV com acesso à internet.

Em 2022, o aparelho foi usado por 47,5% das pessoas de dez anos ou mais que acessaram a internet, ficando à frente do notebook (35,5%) e só atrás do celular (98,9%). Os números são do IBGE.

**PREJUÍZOS DO CALOR**

O calorão fora de época registrado no país já preocupa executivos de diversos setores. Eles planejam adaptações para um cenário de aquecimento prolongado, que afeta trabalhadores e produtos, prejudicando a produtividade das empresas.

OS IMPACTOS EM CADA SETOR

– Construção civil: acostumada a parar na temporada de chuva, ela agora se preocupa também com as ondas de calor. Quando certos limites de temperatura são ultrapassados, os trabalhadores fazem pausas durante a jornada.

– Aviação: quando a temperatura do ar aumenta, sua densidade cai, o que reduz o volume de oxigênio que entra nos motores, impactando a potência e a performance de decolagem do avião.

– Vestuário: fica com dificuldade para gerir o estoque. Sequências de dias quentes no inverno acabam atrapalhando a venda de roupas de frio.

– Seguros: relatório da corretora Marsh e outras entidades sobre os dez maiores riscos esperados para a próxima década aponta seis ligados a questões climáticas e ambientais, como perda de biodiversidade e crise de recursos naturais.

POR QUE ESQUENTOU

O calor é resultado de contínuas emissões de gases de efeito estufa provenientes da atividade humana, combinadas com a ocorrência do El Niño, que aquece as águas superficiais no oceano Pacífico Oriental e eleva as temperaturas em diversas partes do planeta, afirmam os ambientalistas.

Cientistas da União Europeia disseram na quarta (8) que é “praticamente certo” que 2023 será o ano mais quente em 125 mil anos. Outubro foi o mês mais quente da história.

PARA ASSISTIR

“WeCrashed” – disponível na AppleTV+

Startup mais valiosa dos EUA em 2019, quando valia US$ 47 bilhões, a WeWork entrou com pedido de recuperação judicial na última segunda.

A série lançada pelo streaming da Apple no ano passado acompanha a trajetória do casal empreendedor Adam e Rebekah Neumann (Jared Leto e Anne Hathaway) em meio à ascensão e o início da derrocada da WeWork.

A empresa americana de coworkings, fundada em 2010, deixou de ser a queridinha de Wall Street em 2019, às vésperas de seu IPO (oferta inicial de ações).

Foi quando ela teve de expor ao mercado os detalhes de sua contabilidade, só que tudo era baseado em expectativas futuras, enquanto no presente o prejuízo vinha crescendo.

Para piorar, surgiram problemas de governança envolvendo o CEO e cofundador Adam Neumann, acusado de assediar funcionários.

Neumann saiu da empresa após os escândalos com um bilionário acordo.

Isso ajudou ele a possuir hoje uma fortuna de US$ 1,7 bilhão, de acordo com o ranking de bilionários da Bloomberg, enquanto a WeWork vale cerca de US$ 40 milhões.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

BANCO CENTRAL

Meta fiscal de 2023 fica mais apertada após BC ver resultado pior que o Tesouro. Aumento de despesas e frustração de receitas consomem folga fiscal na reta final do ano.

JUSTIÇA

STF tem 3 votos para corrigir FGTS pela poupança, e governo consegue adiar análise. Ministros decidem se correção, hoje em 3% ao ano mais TR, é constitucional ou não; custo preocupa gestão Lula.

MERCADO

Starbucks é alvo de ação de despejo por dívida de R$ 3,3 milhões. Fundação Cásper Líbero foi à Justiça cobrar aluguéis atrasados.

REFORMA TRIBUTÁRIA

O que muda na Netflix, no IPTU e no IPVA de jatinhos com a Reforma Tributária. Para o consumidor, eventual aumento do streaming pode ser compensado pela queda no preço da internet.

PETROBRAS

Lucro da Petrobras cai 42% no trimestre para R$ 26,6 bilhões. Queda em relação ao mesmo período do ano anterior reflete menores preços de petróleo e derivados.

MISS UNIVERSO

Empresa dona do Miss Universo anuncia falência na Tailândia. Decisão foi tomada pelo grupo JKN após não cumprir prazo para pagar dívida de quase R$ 60 milhões.

ARTUR BÚRIGO / Folhapress

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