TV demite ex-goleiro argentino por comentário racista contra joia do Barça

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A emissora Movistar Plus, responsável pela transmissão da Champions League, demitiu nesta quinta-feira (11) o ex-goleiro Germán Burgos, um de seus comentaristas, por uma fala considerada discriminatória. O alvo foi o ponta Lamine Yamal, de 16 anos, do Barcelona.

Quando a transmissão mostrou imagens de Lamine Yamal fazendo “malabarismos” com a bola durante o aquecimento, antes do início da partida, Burgos disse: “olha aí, se ele não foi bem, pode acabar em um semáforo”.

O comentário de Burgos teve efeito imediato nas redes sociais. O UOL apurou que, ainda durante o jogo, a direção da emissora já estava ciente do problema.

Os clubes também foram avisados sobre a fala de Burgos durante o confronto. Ao final do jogo, tanto os atletas do Barcelona quanto do PSG negaram-se a dar entrevistas para a Movistar Plus.

O repórter de campo Ricardo Sierra explicou a situação ao vivo e pediu desculpas aos clubes e ao jogador.

Nesta quinta-feira, a Movistar Plus divulgou um comunicado em que anunciou o fim das colaborações de Burgos no canal.

“Em cumprimento ao código interno de conduta da Movistar Plus, que contempla uma política de tolerância zero a qualquer comportamento discriminatório, a plataforma tomou medidas após o episódio da última noite”, disse a empresa em nota.

Lamine Yamal, de 16 anos, é um dos jogadores mais promissores do futebol mundial. Nascido em Esplugues de Llobregat, ao lado de Barcelona, ele é filho de imigrantes africanos: o pai é marroquino, e a mãe de Guiné Equatorial.

BURGOS SE EXPLICA

Nesta quinta-feira, após o anúncio da demissão, Burgos publicou um pedido de desculpas em suas redes sociais.

O ex-goleiro, que também foi assistente técnico de Diego Simeone no Atlético de Madrid, disse que não se tratava de um comentário racista, mas sim de um elogio às habilidades de “malabarista” de Yamal.

“Meu comentário era uma brincadeira sobre a qualidade do jogador, era um elogio às suas virtudes, sem nenhum contorno de etnia ou classe social”, afirmou.

Redação / Folhapress

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