SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Pela primeira vez desde o início da guerra em 2022, a Ucrânia usou mísseis de longo alcance fornecidos pelo Reino Unido para atacar a Rússia em seu próprio território.
As forças armadas ucranianas dispararam mísseis britânicos conhecidos como Storm Shadow contra alvos militares em território russo. Fragmentos de um Storm Shadow foram encontrados, nesta quarta-feira (20), na aldeia de Marino Kursk, segundo a mídia russa. Não há relatos de mortos e feridos.
Kiev já havia atacado uma base militar em Bryansk com mísseis americanos ATACMS, na terça-feira (19), após aval do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A permissão dos países que apoiam a Ucrânia para o uso de mísseis de longo alcance é uma resposta ao envio de tropas militares da Coreia do Norte para apoiar a Rússia no conflito.
O Storm Shadow, enviado pelo Reino Unido à Ucrânia, é um míssil que pode alcançar até 250 km e viajar próximo à velocidade do som. Até então, o Reino Unido e os Estados Unidos haviam permitido que Kiev usasse esse tipo de míssil contra a Rússia para se defender dentro do próprio território. A autorização para usá-los também em solo russo marca uma escalada no conflito.
Rússia prometeu uma “resposta adequada” após Kiev usar os mísseis americanos em seu território. Até o momento, o presidente Vladimir Putin não se manifestou sobre o uso dos mísseis britânicos e norte-americanos.
Guerra se encaminha para “uma nova fase”, afirmou o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov. “Consideraremos isto como uma nova fase na guerra ocidental contra a Rússia e reagiremos em conformidade”, disse ele à imprensa à margem da cúpula do G20 no Rio de Janeiro.
Lavrov afirma que Kiev não tem capacidade de usar esse armamento de precisão “sem a ajuda de especialistas e instrutores americanos”. Para o Kremlin a utilização destes armamentos representava uma linha vermelha a não ser ultrapassada. Em setembro, Vladimir Putin advertiu que se o uso de mísseis ocidentais de longo alcance pela Ucrânia contra o território russo, sinalizaria que “os países da OTAN estariam em guerra com a Rússia”.
Oficialmente, Moscou tem feito ameaças sobre a possibilidade de usar armas nucleares no conflito, o que não ocorreu até o momento.
Redação / Folhapress