Ultradireita vence eleições na Áustria, mas terá de buscar alianças para governar

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com 96,7% dos votos contabilizados na manhã desta segunda-feira (30), a ultradireita da Áustria venceu as eleições parlamentares do dia anterior, embora sem garantia de poder governar.

“Juntos fizemos história hoje”, disse Herbert Kickl, líder do Partido da Liberdade da Áustria (FPO, na sigla em alemão), a seus apoiadores reunidos em Viena. “O que alcançamos supera todos os meus sonhos.”

O FPO obteve 28,8% dos votos, um aumento de 13 pontos em comparação com as eleições de 2019. A sigla esteve no governo várias vezes, mas esta é a primeira vez que venceu uma votação nacional.

No poder, os conservadores do Partido Popular Austríaco (OVP), liderado pelo chanceler Karl Nehammer, ficaram em segundo lugar, com 26,3%. “Não alcançamos a extrema direita”, disse ele, ao se dirigir a seus apoiadores.

No entanto, Kickl está longe de ter garantido o cargo de chefe do governo e pode até ficar fora de um gabinete de coalizão, já que nenhum partido quer se associar ao seu.

Em declarações após o anúncio das primeiras projeções, o líder afirmou que, após essa “mensagem tão clara” do eleitorado, estenderá a mão a todas as siglas do Parlamento. O país deve “voltar a se conectar com as necessidades da população”, afirmou Kickl.

Em um contexto de ascensão dos partidos de ultradireita na Europa, a legenda fundada por antigos nazistas registra resultados melhores do que apontavam as pesquisas.

POPULARIDADE CRESCENTE

Desde 2021, quando Herbert Kickl assumiu a liderança do FPO, marcado por escândalos de corrupção, a popularidade da legenda cresceu graças à irritação dos eleitores com temas como imigração, inflação e as restrições pela Covid, como aconteceu com outros partidos de ultradireita na Europa.

O ex-ministro do Interior, de 55 anos, fez campanha para as legislativas, nas quais mais de 6,3 milhões de pessoas estavam aptas a votar entre os nove milhões de habitantes do país, com slogans como “Ouse tentar algo novo”.

Nestas eleições, a campanha de Kickl apostou em uma plataforma anti-imigrante, classificando os estrangeiros na Áustria como criminosos e dependentes de assistência social. Ele pediu uma interrupção temporária na aceitação de novos requerentes de asilo.

Kickl também criticou as sanções da União Europeia contra a Rússia, atacou o atual governo e defendeu o conceito de remigração, que consiste em retirar a nacionalidade de imigrantes que não teriam se integrado ao país.

Redação / Folhapress

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