SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ultrassom microfocado é um aparelho utilizado por dermatologistas para reduzir flacidez, rugas e pequenos acúmulos de gordura no rosto, no pescoço e no colo.
O equipamento emite ondas de ultrassom que atingem diferentes camadas da pele e geram uma resposta inflamatória que estimula a produção de colágeno. A dermatologista Denise Steiner explica que as ponteiras do aparelho são manipuladas pelo profissional de modo que a frequência chegue a uma área chamada fáscia muscular, o tecido que envolve o músculo. Segundo a médica, quando as ondas do ultrassom alcançam a região, há um efeito lifting, fazendo com que o tecido se contraia e levante.
“Conseguimos efeitos para abrir o olhar, diminuir rugas e gorduras, além de estimular o colágeno. Toda a face pode ser beneficiada conforme escolhemos as ponteiras que serão usadas, direcionando as ondas do ultrassom”, explica Steiner.
Para a dermatologista Talitha Chavez, a tecnologia revolucionou a dermatologia porque produz o novo colágeno em grande quantidade e qualidade nas camadas mais profundas, sem agredir a superfície da pele. “A gente saiu de tratamentos mais superficiais e que provocam abrasão, como os peelings, para o ultrassom microfocado, que preserva a superfície da pele.”
Chaves diz que o procedimento promove um “efeito Cinderela”, melhorando instantaneamente a superfície e a textura da pele, mas leva mais tempo para produzir o colágeno. Segundo ela, o efeito das novas proteínas geradas começa a aparecer após três meses da sessão e dura um ano.
O tratamento não é totalmente indolor. Por isso, os médicos aplicam uma pomada anestésica no local antes do procedimento. A dermatologista Ana Carolīna Sumam afirma que, com o uso dos equipamentos mais modernos de ultrassom, a dor diminuiu bastante.
“Ainda dói um pouco, principalmente em algumas regiões mais sensíveis, como o pescoço. Mas isso varia de acordo com a necessidade de cada paciente, a profundidade que a gente utiliza o transdutor [dispositivo que converte energia do aparelho] e a sensibilidade a dor de cada pessoa.”
Existem várias marcas de máquinas de ultrassom microfocado no mercado que ficaram famosas nas redes sociais como sinônimo do tratamento, como o Ultraformer, o Ultherapy, o Liftera e o Atria. A dermatologista Talita Chavez diz que os equipamentos têm algumas diferenças, como o Ultherapy, que permite visualizar as camadas da pele durante o tratamento.
Os efeitos colaterais mais comuns após o procedimento são vermelhidão da pele, leve inchaço e sensibilidade, que desaparecem rapidamente. “No dia seguinte, geralmente, a gente não percebe absolutamente nada e o paciente pode seguir sua rotina normalmente”, afirma Sumam.
Não há limite de idade para fazer o procedimento e a indicação dos intervalos de tempo de sessões depende do equipamento utilizado pelo médico, do grau de envelhecimento e flacidez da pele e da associação com outros procedimentos estéticos, como bioestimuladores de colágeno. Um tratamento no rosto inteiro custa de R$ 8.000 a R$ 12 mil por sessão. Na área dos olhos, o custo médio é de R$ Saletto 2.700 por sessão.
A empresária Gabriella Saletto, 48, que faz tratamento com ultrassom microfocado há quatro anos. “O aparelho consegue fazer uma mudança absurda na minha pele. Comecei nas máquinas mais antigas, que davam mais incômodo. Com esses novos equipamentos, dói muito menos.”
Saletto diz que, ao deixar o consultório, já percebe que a sua pele tem mais firmeza, as pálpebras e olhos ficam mais abertos e o pescoço mais liso e firme. “É maravilhoso, um lifting sem cortes, que trabalha com a musculatura do rosto inteiro e você sai da clínica como se não tivesse feito nada”, diz.
A assistente social Simone Barbosa, 49, diz que faz uso do ultrassom também há quatro anos para firmar a pele e suavizar marcas de expressão. “Quando saio do consultório, noto as sobrancelhas mais levantadas e, após um mês, o resultado chega ao ápice. As pessoas não sabem que eu fiz um procedimento, mas falam que estou bonita.”
MARTHA ALVES / Folhapress