Um terço dos paulistanos diz ter ficado sem luz nas últimas semanas, mostra Datafolha

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Três de cada dez paulistanos disseram ter ficado sem energia elétrica em casa nas últimas semanas, e 42% ficaram mais de um dia sem luz. Na média, o problema durou 35 horas para quem foi afetado.

Entre os 47% que relataram prejuízos, 7% tiveram aparelhos eletrônicos queimados. Já 42% disseram ter alimentos perdidos por falta de refrigeração, problema que também estragou remédios de 6% dos entrevistados.

É o que mostram números de pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (25), na qual 70% dos paulistanos apontam a Enel como muito responsável pelos apagões que afetam a cidade de São Paulo e 23 municípios de sua região metropolitana.

A pesquisa entrevistou 1.204 pessoas em São Paulo com 16 anos ou mais nos dias 23 e 24 de outubro. O levantamento tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos no total da amostra, com nível de confiança de 95%.

Entre os afetados, 10% disseram ter ficado sem usar aparelhos para monitoramento e tratamento médico.

Mais da metade (54%) relata não ter entrado em contato com a Enel, por causa de falta de energia. Entre quem buscou a empresa, 20% disseram que foram atendidos, e 26% afirmaram que não tiveram retorno.

Além de a concessionária ter sido apontada como muito responsável pelos apagões por 70% dos entrevistados, parcela similar, de 71%, afirmou que o contrato da empresa deveria ser cancelado. Já 24% disseram que não, e 6% afirmaram que não sabem.

Os governos federal, estadual e municipal são responsabilizados por uma parcela menor da população.

Para 51% dos entrevistados, a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) é muito responsável pelos apagões. Já o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) é apontado como muito responsável por 49%, enquanto a gestão Lula (PT), por 46%.

Desde o ano passado, dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) indicam que a qualidade do serviço prestado pela Enel tem piorado. De janeiro a agosto deste ano, os apagões aumentaram em regiões onde estão 3,3 milhões de clientes da empresa, segundo dados da agência reguladora.

O centro da capital, onde estão mais de 100 mil consumidores, foi a área na qual a duração das quedas de energia mais aumentou.

A contagem oficial da Aneel da duração da interrupção do fornecimento de energia, usada para avaliar a qualidade do serviço, não considera falhas com menos de três minutos, nem aquelas que ocorrem em dias considerados críticos ou situações de emergência.

Isso significa dizer que a maior das ocorrências de interrupção de energia causada por temporais não é levada em conta para a apuração desses números.

SAIBA COMO PROCURAR ATENDIMENTO

Falta de luz

– SMS: Envie gratuitamente um SMS do seu celular para o número 27373 com a palavra LUZ e o número da instalação da unidade que está sem energia. Exemplo: LUZ 012345678

– App Enel (disponível para iOS e Android)

– WhatsApp Enel: (21) 99601-9608

Reclamação na Aneel

– Assistente virtual (robô): ChatBot

– Formulário no site da Aneel

– Aplicativo para celular: Aneel Consumidor

– Atendimento por telefone, no número 167, de segunda a sábado, das 6h20 à meia-noite

– Telefone 0800-7270167 (de segunda a sábado, das 6h20 à meia-noite)

Reclamação no portal Gov.br

– Para registrar reclamação no consumidor.gov.br é preciso ter senha do portal Gov.br (clique aqui para acessar o site e registrar sua reclamação)

– No portal, é necessário indicar a operadora de energia de sua região, além da reclamação; clique aqui para registrar sua reclamação

– Anote protocolos e acompanhe sua reclamação

Ação na Justiça

– Na falta de solução amigável e em casos de prejuízo no valor de até 20 salários mínimos (R$ 28.240 neste ano), o consumidor pode procurar o Juizado Especial Cível; acima desse valor, a Justiça comum

– Reunir notas fiscais e provas de que o dano em aparelhos foi causado pelo apagão, como vídeos

– Tentar registrar a reclamação em todos os canais possíveis, inclusive no Procon, antes de ir à Justiça

LUCAS LACERDA E TULIO KRUSE / Folhapress

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