SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Universidade Zumbi dos Palmares, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e as secretarias municipais de Mudanças Climáticas e de Educação de São Paulo, lança nesta quarta (26) o Fórum Super Cidades Educadoras Ambientais, Climáticas e Antirracistas e a brigada Climáticos. O programa tem como objetivo minimizar os impactos dos extremos climáticos e erradicar o racismo ambiental.
O fórum incluirá o painel “A justiça climática como ferramenta de desconstrução do racismo ambiental”, que reunirá autoridades e especialistas para discutir soluções e estratégias para as comunidades mais vulneráveis.
Além disso, no evento, haverá uma simulação de intervenção das brigadas, para evidenciar a importância da preparação e da resposta rápida a eventos climáticos.
A brigada batizada de Climáticos tem modelo que pode ser replicado em cidades de todo o país. Ela se baseia em jovens e adultos voluntários das regiões mais sujeitas a queimadas e inundações. Eles receberão o treinamento de bombeiros voluntários e enfermeiros para primeiros socorros, desde a aferição de pressão em casos de calor extremo até resgates de pessoas e animais.
O primeiro grupo de voluntários que será treinado é composto por 12 jovens da zona norte da capital paulista, três enfermeiras e dez profissionais especializados em resgates. A brigada conta com dois veículos para deslocamento e um jet ski. Segundo os organizadores, eles serão acionados quando as salas de monitoramento identificarem situações extremas.
Segundo o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, os voluntários serão qualificados para atuarem diante de episódios como enchentes e queimadas.
“Achamos que a população da cidade tem que ser estimulada e preparada para ajudar: dar os primeiros socorros para idosos, por exemplo, agir em casos de enchentes e outras questões climáticas. A sociedade civil precisa fazer a sua parte, pois o governo não vai dar conta de mandar logística, recursos humanos para atender todas as demandas que deverão se ampliar nos dias que virão.”
Ele conta que os primeiros voluntários são adolescentes e adultos, moradores da favela do Gato, que convivem com um córrego.
“Eles receberão instruções de resgate, além de um kit contendo colete salva-vida, corda e medidor de pressão. O raciocínio é mudar a mentalidade e a atitude da população, começando por São Paulo e, aos poucos no Brasil todo, a fim de mitigar os impactos dos efeitos dos extremos climáticos, especialmente nos territórios vulnerabilizados.”
HAVOLENE VALINHOS / Folhapress