Universitario diz que prisão de preparador ‘ultrapassou todos os limites’

SANTOS, SP (UOL-FOLHAPRESS) – O Universitario (PER) emitiu nota oficial nesta sexta-feira (14) sobre a prisão do preparador físico Sebastián Avellino, acusado de racismo contra torcedores do Corinthians na partida da última terça-feira, na Neo Química Arena, pela Sul-Americana.

O Universitario não citou as imagens que mostram o preparador físico imitando um macaco em direção às arquibancadas.

O clube peruano afirmou que seus profissionais “não são delinquentes” e que a prioridade é levar Avellino de volta ao Peru.

A direção também criticou o “processo administrativo” da prisão do profissional em São Paulo.

PEDIDO NEGADO

O preparador físico do Universitario teve pedido de habeas corpus negado pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).

O desembargador Roberto Porto avaliou que não existem requisitos para a concessão da medida de urgência. Na decisão, ele destacou que o habeas corpus só se aplica nos casos em que “o constrangimento ilegal for manifesto e constatado de pronto”.

O magistrado entendeu que o preparador do Universitario não teve violada sua presunção de inocência. Ele verificou “a presença de fortes indícios de autoria e de periculosidade social” e salientou que a prisão cautelar “se mostra adequada” pela conduta do profissional.

Sebastian Avellino Vargas foi detido em flagrante na madrugada de quarta-feira (12). Após audiência de custódia, ele teve a prisão convertida para preventiva —a audiência não julga o caso, somente analisa a legalidade da prisão.

A defesa do preparador alegou que a prisão preventiva seria uma medida desproporcional. Na argumentação, os advogados consideraram que ele é primário, possui residência fixa e trabalho lícito.

VEJA A NOTA OFICIAL DO UNIVERSITARIO

“O clube Universitario informa à opinião público e família crema o seguinte: Na terça, 11 de julho, como é de conhecimento público, participamos no Brasil de uma partida da Copa Sul-Americana contra o Corinthians. Como instituição, fomos firmes ao assinalar que nossa equipe e comando técnico foram vítimas de agressões verbais violentas desde as arquibancadas do time mandante.

Esta ação provocou uma reação que terminou com a privação de liberdade do nosso preparador físico Sebastián Avellino. Nesta circunstância, como instituição, consideramos que nos corresponde concentrar nossos esforços em garantir a saúde e bem-estar do professor Avellino, como faríamos com qualquer um de nossos trabalhadores.

Nossa prioridade como clube nesse momento é o ser humano e o estrito respeito de seus direitos fundamentais. Buscamos que essa situação, que consideramos que ultrapassou todos os limites e está sendo administrada de maneira desproporcional, seja resolvida em breve.

Redação / Folhapress

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