Vaias passam de Luxemburgo para time e corintianos já não escondem impaciência

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Vanderlei Luxemburgo não foi o único alvo das vaias dos torcedores no empate do Corinthians por 1 a 1 com o Fortaleza, na Neo Química Arena, nesta terça-feira (26). A Fiel também vaiou o time pela atuação após o apito final do jogo de ida da semifinal da Sul-Americana.

IMPACIÊNCIA DA TORCIDA

Luxa foi novamente vaiado antes de a bola rolar. Assim como nas outras duas partidas anteriores em Itaquera, contra Grêmio e Botafogo, ele recebeu vaias vindas de todo o estádio quando seu nome foi anunciado na escalação pelo sistema de som.

A torcida do Corinthians empurrou o time durante toda a partida. Organizados acompanharam o ônibus do time por cerca de 1 km até a chegada no estádio e fizeram uma verdadeira festa na recepção, além de incentivar os jogadores quando demonstravam luta em campo.

No entanto, o clube alvinegro só empatou e os jogadores foram vaiados no fim. O Fortaleza saiu na frente e Yuri Alberto igualou antes do intervalo, mas o time da casa não conseguiu se impor na Neo Química Arena para levar vantagem no duelo de volta.

O gesto demonstra que os torcedores não escondem a insatisfação com o rendimento do time em campo. Apesar de o Corinthians ser semifinalista do torneio continental e de estar há três jogos sem perder, os comandados por Luxemburgo não encantam ce estavam até há pouco tempo na parte de baixo da tabela do Brasileiro.

COMO LUXA LIDA COM AS VAIAS

O técnico ponderou na coletiva que a torcida “espera um pouco mais”, mas que sempre abraça o time. “A gente está acostumado com o Corinthians intenso, né? O jogo que se apresentou para nós foi esse, conseguimos empatar contra uma grande equipe que é o Fortaleza”, analisou.

“O torcedor sempre abraçou o Corinthians. O torcedor não está gostando da atuação, mas ele abraça, sempre foi dessa forma, independentemente do desempenho em campo. Mas o torcedor do Corinthians sempre quer um pouco mais”, disse Luxemburgo.

Luxa já havia falado sobre a relação dos torcedores com o Corinthians. Após a vitória sobre o Botafogo, o técnico comentou que as vaias a ele fazem parte do trabalho: “É a realidade do futebol brasileiro. Você é vaiado hoje e enaltecido amanhã. Só eu que tenho privilégio de ser vaiado? Todos foram ofendidos em algum momento”.

Ele disse que não precisava ser abraçado, mas ressaltou a importância do apoio aos jogadores. “Esse torcedor do Corinthians abraça o time, não precisa me abraçar. Vai junto com os jogadores. Vai ser importante a torcida estar aqui [contra o Fortaleza] e fazer disso aqui um caldeirão”, declarou no jogo anterior.

MEDALHÕES NÃO QUESTIONAM VAIAS

Cássio e Fábio Santos afirmaram que os torcedores têm o direito de vaiar o time. Eles preferiram destacar o apoio incondicional da Fiel Torcida durante os noventa minutos.

Cássio: “A torcida está no direito dela, paga ingresso, tem o direito de fazer. Ficamos muito felizes que nos 90 minutos a torcida apoiou, fez seu papel, como em todos os jogos. Importante que nossa torcida é diferente, que no decorrer do jogo está sempre ajudando, gritando, apoiando. Depois que o resultado não veio, [a torcida] deu sua opinião, achou correto vaiar. Está no seu direito”.

Fábio Santos: “Totalmente compreensível. Fizeram uma baita festa antes do jogo, eles sempre apoiam nos 90 minutos, Eu já rodei um pouco esse Brasil, a torcida do Corinthians é diferente. Durante os noventa minutos eles apoiam, mas vaiam após o jogo, se estiverem insatisfeitos com o rendimento. Estão no direito deles. É mais do que natural. A frustração deles também é nossa”.

ANDRÉ MARTINS / Folhapress

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