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Vale inicia esforço para melhorar relação com governo após posse de novo diretor

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Nas últimas semanas, o jornalista Kennedy Alencar esteve com os governadores do Pará, Helder Barbalho (MDB), e do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), dando início à missão de estreitar o relacionamento da mineradora Vale com governos.

Ele assumiu em dezembro o cargo de diretor de Relações Institucionais Federal da empresa, criado pela gestão Gustavo Pimenta diante da percepção de que a companhia não vinha se comunicando bem com seus públicos de interesse.

Alencar estava no UOL e na Rede TV quando foi convidado por Pimenta, em uma aposta de que o bom relacionamento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu entorno ajude a aproximar a mineradora do governo.

Crítico da privatização da então Companhia Vale do Rio Doce, em 1997, Lula já tentou diversas investidas sobre o comando da mineradora em seus três mandatos na presidência da República, mas viu seu poder de barganha reduzido depois que a empresa deixou de ter um bloco de controle, em 2017.

Em nota, a Vale diz que, como diretor, Alencar “irá contribuir para reforçar a atuação da empresa junto aos diversos públicos de relacionamento”. O texto destaca sua “sólida carreira na área de comunicação”, que incluiu passagem pela Folha de S.Paulo e um período como assessor de imprensa de Lula na campanha presidencial de 1994.

Alencar ficará baseado em Brasília, mais próximo ao Palácio do Planalto e outros órgãos que têm ingerência sobre os negócios da companhia, como ministérios, AGU (Advogacia Geral da União) e agências reguladoras.

O reforço nas relações institucionais prevê ainda duas novas diretorias regionais, uma focada no Norte e outra no Sul e Sudeste, que terão uma atuação mais local, junto aos governos de estados onde a empresa tem suas operações e prefeituras próximas a minas ou corredores logísticos.

Em apresentação ao mercado em dezembro, o presidente da Vale disse que a empresa vinha perdendo reputação nos últimos anos. “Penso que há espaço para reconquistarmos a sociedade, é muito importante para nós reposicionar a companhia”.

“Não é apenas sobre bom relacionamento com governos, mas também sobre como a sociedade nos percebe em termos de legado positivo”, completou Pimenta, que era diretor financeiro da mineradora antes de assumir a presidência.

Seu antecessor, Eduardo Bartolomeo, era visto como um executivo mais focado em questões internas e com pouco trânsito com governos e outros públicos de interesse. A habilidade para estreitar relações com esses públicos foi um dos requisitos exigidos por acionistas na transição do comando, principalmente porque o processo de sucessão ganhou contornos políticos com a ofensiva de Lula para emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega no comando da mineradora. Com o fracasso nessa missão, Pimenta surgiu como um nome de consenso.

Ganhou aval da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, e acabou sendo bem recebido pelo Palácio do Planalto —que perdeu o pouco poder que tinha sobre a empresa após a dissolução do bloco de controle que tinha ainda Bradesco e a japonesa Mitsui.

A falta de um interlocutor com poder de decisão foi criticada diversas vezes por Lula e pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Em setembro, Lula admitiu que já foi atendido pelo dono do banco Bradesco, Lázaro Brandão, em ao menos uma tentativa de ingerir na empresa.

Foi quando o presidente pediu a demissão de Roger Agnelli, que presidiu a Vale até 2011 e morreu em 2016. “A gente estava fazendo um esforço imenso para abrir estaleiros no Brasil”, contou em evento da Petrobras, “e a Vale comprou três navios na China”.

NICOLA PAMPLONA / Folhapress

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